Olá para você que é louca(o) por terror e também por Edgar Allan Poe! Quem sentiu falta dos posts do #12mesesdePoe por aqui? Eu sim! Em janeiro não consegui fazer o post do mês, porque no meu último dia antes de viajar, tive bastante dor de cabeça, o que me impossibilitou de ler o conto e o poema de janeiro. Agora estou aqui trazendo de volta esse desafio literário maravilhoso!
Para quem não sabe, o 12 meses de Poe é um desafio literário que propõe a leitura coletiva da obra de Edgar Allan Poe. Criado no ano passado, a princípio propunha a leitura apenas dos contos. Este ano, o desafio foi ampliado para a leitura de poemas. Para saber tudo sobre o desafio em detalhes e ter acesso a todos os posts anteriores, você só precisa clicar neste link. Agora, continue lendo para conhecer minhas impressões sobre o conto e o poema de fevereiro!
Em primeiro lugar, quero deixar aqui um pequeno aviso. Decidi mudar o padrão das imagens para o desafio! Caso você já acompanhe o blog há algum tempo, deve ter percebido isso. As imagens que eu usava eram banner's bem simples, cada um de uma cor diferente, com o nome do conto lido no mês referente. Agora, teremos fotos dos meus livros de Edgar Allan Poe. A arte criada pela Anna Costa para divulgação do desafio permanece, porém em tamanho menor e com certa transparência. Achei esse novo padrão muito mais de acordo com a atmosfera dos contos e poemas, e acredito que representa melhor a literatura de Poe. Não deixe de comentar no final o que você acha disso!
Agora sim vamos para as minhas impressões!
Os Fatos do Caso do Senhor Valdemar
Este conto tem muita relação com Revelação Mesmeriana, outro conto que já fez parte do desafio, pois também fala a respeito do mesmerismo, ou magnetismo. Trata-se da capacidade ou habilidade de alguém usar a "energia do universo" para dar força ou vitalidade aos seres vivos, por meio de passes magnéticos.
O narrador é alguém que entende sobre isso e que tem o costume de aplicar esses passes magnéticos em outras pessoas. Ele está contando algo que aconteceu há certo tempo, e logo de início afirma que em seus experimentos nunca teve a oportunidade de testar o mesmerismo em uma pessoa à beira da morte. A oportunidade surge graças a um conhecido, o Sr. Valdemar, que está muito doente e tem a morte como algo certo e inevitável.
Os dois entram em um acordo: quando os médicos tivessem certeza de que o Sr. Valdemar estava prestes a morrer, o narrador seria chamado para fazer sua experiência. Tudo acontece como eles haviam combinado. Quando a hora chega, o narrador se dirige à casa do Sr. Valdemar e, com a permissão dele, aplica passes magnéticos para fazê-lo entrar em transe. Mesmo adormecido, o Sr. Valdemar consegue falar com o narrador e responder às suas perguntas.
Então, de repente o narrador e os médicos presentes percebem que o Sr. Valdemar está realmente morrendo. Ele apresenta claros sinais disso, e sua aparência muda tão rápido quanto o apagar de uma vela, como diz o narrador. E, mesmo assim, o Sr. Valdemar continua falando com o narrador.
O conto prossegue descrevendo o experimento, que se estendeu durante meses. Enquanto isso, o cadáver do Sr. Valdemar permanece da mesma forma que ficou na primeira noite. Sua decomposição parece ter sido suspensa pelo magnetismo. O grande clímax se dá quando o narrador, satisfeito, decide suspender o magnetismo e o transe causado por ele.
"Para o que realmente ocorreu, entretanto,
é absolutamente impossível que algum ser humano pudesse estar preparado."
É um conto curto, com apenas cinco páginas no documento PDF organizado pela criadora do desafio. Como é normal em contos de Poe, o narrador não se identifica. Este conto se encaixa mais no gênero horror do que no terror, pelo fato de descrever coisas repugnantes, principalmente no que diz respeito à aparência do falecido Sr. Valdemar e por ele ser um cadáver falando sem se mover.
Onde encontrar o conto:
Contos de Imaginação e Mistério, Edgar Allan Poe. Pela Editora Tordesilhas. |
Resenha aqui
Onde comprar:
A Adormecida
O conto A Adormecida retrata a tristeza do eu-lírico diante da morte de sua amada, aparentemente chamada Irene. O leitor percebe isso no fim da primeira estrofe, com os versos "As Belas dormem! - vê! Jazer, / Irene, tua Sina sê!". Dessa forma, o eu-lírico se mostra conformado com o fato de que sua amada morrerá em breve.
"O ar etéreo, em carretel,
Perpassa por teu mausoléu,
Enleia o véu de ondas em
Espasmos - temerosos - bem
Acima do tenaz caixão
Que encerra ali teu coração (...)"
O eu-lírico exalta a beleza da amada e suas virtudes, fazendo alusão à forma como ela conquistou as atenções de todos que fazem parte de seu círculo social.
O poema se assemelha muito aos poemas clássicos do Romantismo, devido à exaltação da figura desta mulher amada e também à forma como fala da morte, como algo certo, inevitável, trágico, porém que o eu-lírico de certa forma deseja.
"O meu amor a repousar,
Os vermes sobre ti passar
E teu descanso aprofundar!"
A tradução escolhida pela Anna Costa para a seleção de contos do desafio está muito bem-feita na minha opinião, pois contém rimas e acredito que também tenha se atentado à métrica. Digo isso porque certos versos têm frases interrompidas que continuam no verso seguinte, quebrando o que nos costumamos ver como ritmo "natural" da fala. Isso é algo que acontece com frequência na poesia com métrica.
Como já é de se esperar de Poe, o poema tem um tom trágico e melancólico.
Muitas pessoas que leram os poemas de Edgar Allan Poe afirmam que a poesia dele tem ritmo. Eu não observei isso, e acredito que pode ser pelo fato de ter lido o poema traduzido. Infelizmente, não posso ler em inglês.
Então, esse foi o post de hoje para o desafio literário 12 meses de Poe, com minhas impressões sobre o conto Os Fatos do Caso do Senhor Valdemar e do poema A Adormecida. Continue acompanhando o blog para ver mais resenhas de contos e poemas de Edgar Allan Poe. Para o próximo mês, teremos Eleonora e Annabel Lee.
Comente abaixo o que você achou desse post! Sua opinião é muito importante para mim!
Por: Lethycia Dias