E para os fãs e admiradores de Edgar Allan Poe, venho hoje trazer mais um post do desafio 12 meses de Poe. Sei que muita gente visita o blog apenas ocasionalmente, por ter encontrado os meus posts de divulgação, então vou tratar de explicar direitinho: estou falando de um desafio literário no qual a cada mês os participantes leem um conto de grande escritor americano.
Estamos na reta final do desafio, e esse é o penúltimo conto a ser lido. Que tal, antes da resenha, conferir os que já foram resenhados aqui no Loucura Por Leituras?
Janeiro: Metzengerstein
Fevereiro: O demônio da perversidade
Março: Hop Frog
Abril: Morela
Maio: Revelação Mesmeriana
Junho: O enterro prematuro
Julho: O escaravelho de ouro
Agosto: O coração delator
Setembro: O caixão quadrangular
Outubro: Berenice
Agora, você vai conhecer as minhas impressões sobre o conto do mês de novembro, que é Ligeia.
O conto Ligeia é narrado em primeira pessoa, e nele o narrador-personagem nos conta a respeito de seu amor perdido, Lady Ligeia, uma moça muito bonita e inteligente. A história está sendo contada, aparentemente, muito tempo depois de ter acontecido, e desde o início o narrador nos alerta que terá um tom trágico, pois ao dizer que não se lembra de como a conheceu, ele afirma: "Desde então, longos anos transcorreram, e os muitos sofrimentos por que passei perturbaram-me a memória".
As primeiras páginas tratam da beleza de Lady Ligeia. O narrador é tão apaixonado por ela e a admira tanto, que mal consegue descrever por completo a aparência de sua esposa. Existe alguma coisa muito peculiar na figura de Ligeia, que a torna diferente de qualquer outra pessoa, mas o narrador não sabe dizer de forma precisa o que seria.
Ligeia acaba adoecendo e por mais que o narrador faça para tentar salvá-la, não consegue fazer nada para evitar sua morte. Existe uma grande dúvida sobre a morte dela, se, afinal, ela poderia ter feito alguma coisa para permanecer viva. Há um momento em que o narrador recita um poema composto por ela, em que Ligeia fala sobre a inevitabilidade da morte: "E os anjos, pálidos, dizem / Que a peça chamou-se "O homem" / E que o herói principal / Foi o Verme vencedor". Mas, nos instantes antes de sua morte, ela recita uma frase do filósofo inglês Joseph Glanvill, que diz: "O homem não se entrega aos anjos, nem se submete à morte, senão pela fraqueza de sua débil vontade". Isso aumenta ainda mais o sofrimento do marido. Afinal, ela desejava partir?
O narrador, agora viúvo, fica muito deprimido. Ele se recolhe em uma antiga igreja, uma abadia, em uma região pouco habitada da Inglaterra, e começa a consumir ópio. Pouco tempo depois ele se casa com outra mulher, Lady Tremaine, sem amor. Logo a segunda esposa também adoece, e então o narrador começa a perceber estranhos acontecimentos e aparições relacionadas a ela, e de certa forma ligadas também à figura de sua primeira esposa, Ligeia.
Esse conto é macabro e trata de questões ligadas à não-aceitação de morte. A narrativa é um tanto arrastada, pois o narrador passa bastante tempo refletindo principalmente sobre a beleza e a personalidade de Ligeia, a quem ele amava muito. É só depois de algumas páginas que a história começa a realmente se desenrolar.
Antes do desafio, eu já havia lido o conto duas vezes, mas confesso que ainda tenho várias dúvidas sobre o que realmente acontece no final. Talvez, por ainda não ter entendido bem, eu não gosto muito dessa história.
Livros que incluem o conto:
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Espero com essa resenha ter despertado a sua curiosidade sobre o conto ou sobre o autor. Não deixe de visitar os outros posts indicados no início do texto e as resenhas linkadas dos dois livros acima. Caso tenha se interessado em comprar algum deles, use algum dos links que deixei acima: você vai estar me ajudando a financiar o blog, e não vai pagar nada a mais por isso!
E não se esqueça de voltar aqui no mes que vem, porque em dezembro vou encerrar o 12 meses de Poe com a resenha do conto O retrato oval.
Por: Lethycia Dias
eu gostei bastante
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