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"Os tempos mudaram. A ascensão do Império de Housai obrigou os monges guerreiros shenlogs a se isolarem cada vez mais. Com o passar dos anos, os Quatro Templos sagrados se tornaram seu último refúgio. Os Antigos se foram. Seus descendentes desapareceram. Àqueles que resistem à nova ordem são enfraquecidos. Por mais de mil anos, o Templo da Montanha, Shanjin, se manteve firme em Linshen. E para Mu, Shanjin é sua casa. Chegou ao templo ainda criança junto de seu irmão, Ruk. E, quando Ruk é expulso da ordem monástica, Mu vive o conflito entre a dor da perda e se manter como um shenlog, fiel aos ensinamentos e o caminho de retidão. Os problemas se agravam quando um espadachim misterioso traz a notícia de uma grande ameaça que pode abalar os Quatro Templos. O exílio não durará. Agora, os shenlongs de Shanjin devem reforçar suas defesas e se preparar para o combate. Pois, desta vez, nem a Barreira será suficiente para protegê-los. Em A Canção dos Shenlongs, Diogo Andrade introduz um universo ficcional elaborado com suas próprias regras, leis, deuses, religiões e relações que poder, que transportam o leitor para uma realidade de grande imaginação e totalmente crível"

Autor: Diogo Andrade
Gênero: Fantasia
Data de publicação: 2016
Onde comprar: Amazon
*Informações adicionais: Livro publicado de maneira independente em formato digital; informações sobre número de páginas e local de publicação indisponíveis.


Uma batalha épica


Há pouco menos de um mês, recebi por e-mail um pedido de resenha para este livro, e o primeiro capítulo enviado pelo autor como amostra me conquistou. Assim que pude, respondi informando que aceitava a parceria, e tratei de encaixar a leitura em meio aos livros agendados para aquele meio e fim do mês de outubro, e início do mês de novembro. Eu tinha o prazo de um mês, e fico feliz de ter cumprido em tempo bem menor do havia imaginado.
A Canção dos Shenlongs é a história de Mu, um monge shenlong que vive em Shanjin, o templo da Montanha da Floresta. Porém, mais do que isso, é uma história sobre o templo em que ele vive e a coletividade de monges que vivem em isolamento para manter em ordem a mente e o corpo. A história se passa em um universo fictício, em um império chamado Housai, que é muito difícil não nos fazer lembrar da China.
Mu é um jovem que cresceu no Templo de Shanjin, tendo chegado ali quando criança, junto com Ruk, seu melhor amigo. Mu e Ruk na verdade não são irmãos, a mas afeição que têm um pelo outro e a vida em coletividade que levam no templo faz com que se sintam assim. Espiritualmente, todos os monges shenlongs seriam irmãos. Em Shanjin, os monges estudam medicina, herbologia, astronomia e outras ciências, realizam práticas religiosas, como a meditação, e treinam o corpo em artes marciais. Todos os "noviços", digamos assim, ao se tornarem realmente monges, recebem nas costas a sua yantra: uma espécie tatuagem representando um animal, que refletiria a personalidade de cada um. A yantra tem tanta importância que é removida quando um shenlong é expulso da ordem.
Os monges de Shanjin vivem reclusos no seu templo, podendo fazer visitas ocasionais ao mundo exterior, embora o isolamento seja mais recomendado. O templo está localizado nua montanha coberta por uma densa floresta, dentro da qual está o Caminho da Serpente, que não pode ser encontrado por ninguém, exceto pelos monges. Os shenlongs vivem de maneira relativamente tranquila, trabalhando, estudando e treinando, até o momento em que uma visita inesperada traz a notícia de que o Imperador poderia estar ameaçando os Quatro Templos espalhados pelo país de Housai. É então que a rotina dos monges é modificada. Ao mesmo tempo em que isso tudo acontece, Mu ainda tem de lidar com a difícil situação de ter perdido seu amigo Ruk, que é expulso do Templo de Shanjin.

Foto compartilhada no meu Instagram durante a leitura.
Visite @lethyd ou @loucuraporleituras e acompanhe!
"Eu nunca as vira em ação, mas ouvira histórias.
Histórias que falavam de guerreiros-demônios
com chamas frias no lugar dos olhos."

O livro é escrito de maneira simples, com linguagem clara, e narrado em primeira pessoa por Mu. Embora não seja possível ter noção da quantidade exata de páginas, por ter um e-book, posso dizer que é um livro curto, porque foi uma leitura bem rápida, e acredito que se não estivesse intercalando esse livro com A Revolução dos Bichos, poderia ter lido em apenas um ou dois dias.
Grande parte da história é uma maneira do nos ambientarmos nesse universo criado por Diogo Andrade. A partir da expulsão de Ruk, Mu nos introduz nas leis de seu país e do monastério em que vive. Nós conhecemos a visão de mundo dessas pessoas a maneira como a sociedade se organiza nesse lugar: as figuras lendárias do passado, a importância religiosa dos Quatro Templos, os deveres de um monge - que não excluem seu livre-arbítrio. É como diz Sarujin: "Para nós não importa se o monge consome carne, bebe ou se diverte. Para nós o importante é o que traz no coração. Em qualquer lugar, Mu, devemos sempre ser Shanjin."
Essa grande ambientação pode fazer parecer com que a história aconteça de maneira lenta, mas não é verdade. A tensão no Templo é grande, à medida em que os monges passam a fortificar suas defesas enquanto aguardam notícias da possível ameaça - uma ameaça que demora certo tempo para chegar, a ponto de eles baixarem a guarda acreditando que já não havia perigo.
O grande momento de tensão surge na ocasião em que Mu e seus amigos se preparam para descer à vila próxima para uma noite de comemorações. É quando avistam um grande exército vindo em direção a Shanjin, e a partir daí, eles precisam correr para garantir a sobrevivência de seus irmãos. É aí que acontecerá a grande batalha para a qual todos os monges vinham se preparando nos últimos meses, e é quando todos precisam se esforçar para proteger seu mestre e seus objetos sagrados. Ao longo de toda a luta, a grande apreensão do leitor está ligada a uma previsão agourenta sobre o futuro, que o protagonista não sabe ser verdadeira. Em meio a esse conflito, um reencontro muito esperado é um dos maiores clímax da história.
Diogo Andrade construiu um universo original em uma narrativa objetiva e rápida, e desenvolveu o principal conflito de sua história de maneira surpreendente. Além disso, o protagonista Mu é uma figura que orienta o leitor, ao mesmo tempo em mostra o quanto o equilíbrio desse mundo é frágil.
O livro conta com três ilustrações muito bem feitas, representando o ambiente e momentos da história, e que colaboram muito para a imaginação do leitor. A escrita de Diogo é bastante clara e nos ajuda a compreender esse mundo. Minha única ressalva é quanto à existência de erros ocasionais na pontuação, mas que não prejudicam o entendimento.

Avaliação geral:


Onde comprar:


Aspectos positivos: o universo em que se passa a história é bem descrito pelo personagem, que introduz a forma de organização deste mundo;  a linguagem é simples e clara; a leitura é rápida; as descrições sobre a batalha final são bastante vívidas.
Aspectos negativos: existem erros de escrita ocasionais.

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