Olá para você que é louco(a) por Edgar Allan Poe! Hoje, vim trazer para você um presente de natal atrasado, como conto de mês e último conto do desafio 12 meses de Poe. Esse conto encerra o desafio e é com muita alegria que venho trazer para vocês minhas impressões sobre ele. Ao final, não deixem de conferir um pouquinho sobre a minha experiência nesse desafio literário incrível.
Se você caiu de paraquedas aqui nesse post, saiba que #12mesesdePoe é um desafio literário criado pela Anna Costa, que é uma grande admiradora de Poe. A ideia dela era incentivar a leitura de contos do Edgar Allan Poe, então ela propôs leituras coletivas mensais neste desafio. Legal, não é?
E agora, chegou a vez de falarmos sobre o último desses contos, que é O retrato oval:
Sobre o conto
O retrato oval é o conto mais curto presente na lista do desafio, e segue a mesma estrutura dos demais: narração em primeira pessoa feita por um narrador que não se identifica. Aqui, o narrador é um homem que provavelmente está viajando e que, junto com seu criado, invade um castelo abandonado afim de poderem passar a noite em segurança. O castelo, embora não mais habitado, conserva um pouco dos objetos luxuosos que revelam a riqueza das pessoas a quem pertencia.
Entre esses objetos que decoravam o castelo havia muitos quadros e obras de arte. O narrador acaba encontrando um livro escrito em pergaminho que descrevia e apresentava a história das obras de arte que existem ali. Para passar o tempo, ele começa a ler esse livro. Em determinado momento, o narrador percebe no cômodo onde está um retrato de formato oval, com a figura de uma moça. Não era um retrato excepcional e nem muito diferente de outros retratos, mas alguma coisa na pintura chama sua atenção, até que ele percebe que aquilo que se destaca tanto no retrato é a vivacidade da mulher retratada.
Então ele procura pelas informações do retrato oval no livro que está lendo, e descobre que a jovem retratada foi a esposa do pintor deste quadro. Ela o amava, e sentia muitos ciúmes do amor dele pela arte. Quando ele quis pintá-la, ela aceitou a contragosto. Não queria posar, mas queria muito agradá-lo e fazê-lo feliz. Enquanto pintava, o artista estava feliz por realizar sua arte e retratar sua esposa amada, mas não percebia que conforme a pintura tomava forma, mais fraca e doente a jovem ficava.
Como é de costume, não direi o que acontece no final. É um conto rápido de se ler, e o efeito que sentimos tem mais a ver com o suspense e a curiosidade. Queremos saber o que há de tão especial nesse retrato, e é interessante descobrirmos isso aos poucos enquanto o narrador lê. Eu não diria que é um conto assustador, mas sim chocante.
Onde encontrar o conto:
"Histórias Extraordinárias" |
Visite a resenha aqui
Minhas impressões sobre o desafio
Me lembro de que quando conheci o desafio, o mês de janeiro já estava no fim, e eu preparei o meu post de anúncio e a minha resenha do conto Metzengerstein praticamente correndo. Descobri o desafio por acaso e fiquei muito empolgada. Decidi participar sem pensar duas vezes, e não me arrependo disso!
O interessante é que antes disso eu nunca tinha participado de nenhum tipo de desafio literário ou meta de leitura. Mas eu não me sentia pressionada com o desafio, até porque eu só precisava ler contos, e tinha um mês para cada um deles. Não parecia ser algo que iria me pressionar, porque esse é o meu maior motivo para não gostar de metas de leitura.
Como eu resenhei o primeiro conto no fim do mês de janeiro, decidi manter esse ritmo e resenhar todos os outros contos já no fim do mês. Eu também optei, no início, por resenhar os contos em forma de vídeo, pelo fato de que contos são histórias curtas. Achei que um vídeo seria uma forma mais dinâmica de falar rapidamente sobre esses contos, sem dar spoiler, mas dizendo o que é importante e dando a minha opinião. Mais tarde, acabei passando a fazer as resenhas em forma de texto aqui no blog, porque eu estava extremamente desanimada com o canal. E acredito que é melhor assim. Eu não posso fazer uma resenha tão detalhada quanto as que faço de livros inteiros, mas acredito que funciona melhor aqui no blog.
O mais interessante do desafio é que ele me permitiu conhecer melhor a obra de Edgar Allan Poe. Eu confesso que não conhecia bem e não sabia muita coisa sobre ele. Só tinha lido um ou outro conto, espalhados por aí em antologias. Sobre o autor, conhecia os boatos. Alcoólatra, depressivo, entre outras coisas. Um cara que escrevia sobre coisas sombrias, assassinatos macabros, etc. Eu não sabia que ele havia escrito, além de contos de mistério e terror, histórias com outras temáticas, como vimos com O escaravelho de ouro.
Foi uma experiência muito rica e eu agradeço muito à Anna Costa por ter criado esse desafio. Ela conseguiu reunir uma comunidade de admiradores de Poe e de pessoas dispostas a conhecê-lo, e o trabalho dela de mediação do desafio no Facebook foi muito bacana.
Caso você tenha gostado desse post, não deixe de visitar os anteriores, que estão linkados no início do texto. Agora, não deixe de comentar abaixo o que você achou desse post. Vou adorar conhecer a sua opinião!
Por: Lethycia Dias
Oi, Lethycia!
ResponderExcluirDe todos os contos do Poe que eu li, esse é um dos meus preferidos e de um estilo singular. Acho até um pouco de semelhança com O retrato de Dorian Gray, pela questão de vida e morte e pela troca que é feita com o retrato, além dessa obsessão do protagonista pela arte e pela perfeição. Incrível!
Bjs, Hel.
Sim, é mesmo muito semelhante! Já houvi falar em especulações de que O Retrato Oval pode ter sido uma inspiração pro Oscar Wilde, mas como não tinha certeza de onde ouvi isso, não quis dizer no post...
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