Olá para você que é louco por leitura! Estamos bem no meio da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, instituída no Brasil em 1980. E para marcar essa data, vou falar de algumas bibliotecas não-convencionais que têm se espalhado pela minha cidade.
Gosto de reservar um espaço aqui no blog para falar de Goiânia, porque, afinal, é o lugar onde vivo, e sinto uma imensa falta de incentivo à leitura e à cultura em geral. Inclusive, já falei um pouco sobre isso em um post antigo. Mas hoje, estou aqui para falar de uma iniciativa muito legal e que decidi apoiar! Estou falando do projeto Gelateratura. Continue lendo para saber mais!
Na semana passada, foi realizado na Universidade Federal de Goiás, onde eu estudo, o Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONPEEX). E o evento teve, além de sua programação usual, a presença de várias geladeiras literárias espalhadas pelas dependências da Universidade, que chamaram a atenção do público.
No Centro de Cultura e Eventos, onde grande parte da programação acontecia, foi colocada uma dessas geladeiras, toda colorida com motivos alegres. Um cartaz informava a razão de ela estar ali: qualquer pessoa que passasse poderia pegar um e/ou deixar um livro.
Geladeira literária no Centro de Cultura e Eventos Ricardo Freua Bufáiçal, no Campus Samambaia da UFG (Goiânia). |
No primeiro dia do evento, a geladeira contava com vários títulos, entre eles, alguns publicados por escritores goianos. As pessoas passavam, ficavam curiosas com a presença da geladeira e paravam para olhar os livros.
A geladeira literária chamava a atenção. |
Eu, que não sou boba nem nada, levei alguns para casa, e no dia seguinte (pois na segunda fui pega desprevenida) levei outros para substituí-los. A regra das geladeiras é: "Traga um livro e troque ou doe! Leve um livro emprestado e devolva depois!".
Alguns dos livros que troquei graças à geladeira literária. Foto compartilhada no meu Instagram. Acesse @lethyd ou @loucuraporleituras e acompanhe! |
A Universidade Federal de Goiás está com uma programação especial durante essa semana, devido à Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, e as geladeiras literárias estão espalhadas em vários espaços pertencentes à Universidade, não apenas em Goiânia, mas também em Jataí, Catalão e na Cidade de Goiás. Confira a lista na imagem abaixo:
Onde encontrar as geladeiras literárias. |
O bom é que as geladeiras estão acessíveis também para outras pessoas que não sejam os estudantes, professores o servidores da UFG. Há também uma geladeira no Hospital das Clínicas, no Setor Universitário. E na verdade, o Gelateratura é um projeto autônomo, desenvolvido pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos e RedMob, em parceria com a Oficina Cultural Gepetto, a Academia Goiana de Letras e a Secretaria Municipal de Cultura. Os responsáveis também contam com ajuda do projeto Cata-Treco, que fornece geladeiras recolhidas no lixo.
Ainda esse mês, uma das geladeiras literárias foi levada no dia 19 ao Terminal Isidória, na Região Sul de Goiânia, e virou notícia no site do G1. Confira aqui.
Geladeira de livros instalada no Terminal Isisdória, em Goiânia. Fonte: Reprodução. Murillo Velasco/G1 |
Um dos objetivos do projeto é fazer com que escritores locais sejam conhecidos. A presidente da Academia Goiania de Letras, Lêda Selma, doou 100 livros quando o Gelateratura montou a primeira geladeira, e lamenta o fato de escritores goianos permanecerem no anonimato. Em entrevista ao G1, ela afirmou: "É muito triste você chegar em uma escola e escritores notáveis, reconhecidos pela academia, não serem conhecidos pelos estudantes.".
O escritor Cristiano Deveras, cujo livro O etéreo ser de carbono já foi resenhado aqui no blog, também deu entrevista ao G1, na notícia publicada no dia 19. "A gente quer que este movimento aumente no sentido das pessoas começarem a trazer mais livros e interagir cada vez mais com estas leituras.".
A geladeira do Centro de Eventos logo foi esvaziando. |
O Gelateratura tem um espaço de coletor de doações no Espaço de Educação Naly Deusdará, no Parque das Laranjeiras. Ainda é possível encontrar outras geladeiras espalhadas pela cidade. Infeizmente, até a publicação desse post, não pude obter com os resposáveis pelo projeto as localizações específicas.
Espero que tenham gostado de conhecer o projeto. Fiquei muito feliz quando descobri as geladeiras aqui em Goiânia, e espero que as geladeiras continuem existindo e levando a leitura para os moradores de Goiânia por muito tempo, e que projetos semelhantes surjam também em outras cidades.
E você, o que achou da iniciativa? Gostou do que viu? Conhece algum projeto parecido da sua ou de outra cidade? Comente abaixo, que vou adorar ficar sabendo!
Por: Lethycia Dias
Oi Lethycia, tudo bem?
ResponderExcluirQue demais essa ideia! Quando eu estava na faculdade meu professor de Sociologia falou sobre um projeto que ele viu em algum lugar chamado de "Biblioteca Voltante", onde livros eram deixados em determinados pontos da cidade, as pessoas podiam pegar os livros, ler, mas precisavam devolver ou substituir. Já tinha achado ótima essa ideia, mas, uma geladeira cheia de livros com certeza chama muito mais a atenção!
Beijooooo
Oi, Cecy!
ExcluirExiste uma coisa parecida em Brasília. Alguns pontos de ônibus no Plano Piloto têm pequenas estantes ou armários contendo livros. Eu não andava muito de ônibus quando morava lá para saber sobre quais livros eram deixados, ou da qualidade deles, mas sempre que ouvia falar disso, achava muito legal.
Porém, o que esses projetos mais precisam é do respeito das pessoas. Só com a participação de todos (seja levando novos livros ou apenas preservando os que já estão lá) é que uma coisa assim pode ir pra frente.