Conviver com outros leitores nem sempre é um mar de rosas, ainda mais em ambientes virtuais, onde as pessoas se sentem livres para digitar tudo o que querem, sem a menor sensibilidade. As experiências boas são inúmeras, mas também há experiências ruins. Dessa forma, quando alguém comenta nas redes sociais sobre aquele livro que tanto gosta (que pode ser o último lançamento da Editora X, pode ser um livro antigo do qual ninguém nunca ouviu falar, ou pode ser aquele mesmo que você também gosta), não é difícil ver alguém fazendo críticas exageradas, nem um pouco produtivas, que ofendem tanto o autor do livro quanto a pessoa que o leu.
E você deve estar se perguntando:
"Mas Lethycia, esse post não era sobre o pior livro que você leu?"
Não deixa de ser, pois entre estes comentários ofensivos, mal-educados e desnecessários aos quais me referi acima, logo acabamos encontrando o famoso "É o pior livro que eu já li", e é aqui que a situação se agrava ainda mais.
É claro que todas as pessoas têm o direito de expressar sua opinião sobre tudo, em qualquer lugar que estejam. Entretanto, um pouco de bom-senso é indispensável. Será que você precisa mesmo ofender? Será que só por que você não gostou de algo, significa que ninguém pode gostar? Me parece que não. É óbvio que não. Você pode muito bem dizer que não gostou, sendo educado. Apenas diga "Eu não gostei por n motivos", e pronto. Tudo se resolve assim, desde que sejam motivos justificáveis.
Mas Lethycia, você ainda não falou do livro!
Caso alguém escrevesse um livro fazendo citações de todas as frases irônicas ditas com objetivo de ridicularizar alguém, ofender ou humilhar apenas por causa daquilo que gosta, e eu por acaso o lesse, este sim seria o pior livro que já li. Ninguém teve essa ideia ainda. Logo, podemos concluir que "o pior livro que eu já li" não existe.
Não existe, porque acredito que não se pode fazer esse tipo de classificação simplista e pejorativa, desmerecendo o trabalho de alguém cria personagens, escreve toda a uma história e ainda publica, pensando nas pessoas que possivelmente vão acabar gostando. Mesmo que o escritor o faça com fins unicamente comerciais, não perde o mérito. Toda obra agrada alguém, ou então não teria sido publicada. Agrada ao seu autor, ao profissional responsável na editora, ao dono da livraria, ao leitor que "devora" todas as páginas mais rápido do que esperava. Mesmo que muitas pessoas não gostem, que não concordem com a essência da obra, que achem a ideia "batida" ou "sem graça", sempre haverá alguém que gostou.
Por isso, acredito que não exista nenhum livro apenas "ruim" ou "bom", assim sem mais nem menos. Uma coisa só pode ser boa ou ruim se houverem motivos para isso. Mesmo assim, ainda é algo mito subjetivo. Ainda que eu possa explicar porque eu considero o livro x ruim, pelos fatores tais, sempre vai haver alguém para achá-lo bom por outros fatores. Não há e nem haverá jamais um "melhor de todos" ou "pior de todos".
Portanto, saber desconsiderar comentários assim é de imensa importância. Saber evitá-los também. A educação e a gentileza ainda são coisas de que todo mundo gosta. Esperemos que nunca saiam de moda.
Eu gosto de ler. Gosto de livros. Seja lá quais forem. E nada vai mudar isso.
Por: Lethycia Dias