Confira!

"A nordestina Macabéa, a protagonista de A hora da estrela, é uma mulher miserável, que mal tem consciência de existir. Depois de perder seu único elo com o mundo, uma velha tia, ela viaja para o Rio, onde aluga um quarto, se emprega como datilógrafa e gasta suas horas ouvindo a Rádio Relógio. Apaixona-se, então, por Olímpico de Jesus, um metalúrgico nordestino, que logo a trai com uma colega te trabalho. Desesperada, Macabéa consulta uma cartomante, que lhe prevê um futuro luminoso, bem diferente do que a espera. Clarice cria até um falso autor para seu livro, o narrador Redrigo S. M., mas nem assim consegue se esconder. O desejo de desaparecimento, que a morte real logo depois consolidaria, se frustra."
Por: José Castello.

Autora: Clarice Lispector
Gênero: Novela
Número de páginas: 87
Local e data de publicação: Rio de Janeiro, 1998
Editora: Rocco

"Mestre inconteste do terror e do suspense, Edgar Allan Poe foi precursor da literatura de mistério e poeta admirado por Baudelaire. Neste livro, estão alguns de seus contos mais conhecidos, obras que marcaram profundamente a literatura ocidental. É o caso de 'O gato preto', a tenebrosa história de um assassinato malogrado, ou de 'O poço e o pêndulo', que apresenta uma visão macabra da ansiedade da morte. Pioneiro dos contos de mistério, como 'A carta roubada' e o 'O escaravelho de ouro', Poe deu a seus personagens notável profundidade psicológica. Usando de diversos artifícios narrativos inovadores, criava climas e situações aterrorizantes."

Autor: Edgar Allan Poe
Gênero: Contos
Número de páginas: 269
Local e data de publicação: São Paulo, 2008
Seleção e tradução: José Paulo Paes
Editora: Companhia das Letras
*Edição de bolso


No mês passado, demorei muito para ler o conto, e gravei o vídeo na maior correria. Dessa vez, decidi cuidar de tudo com um pouco mais de antecedência, e achei a leitura até mais produtiva, pois li o conto com bastante calma.
Assim como no mês passado, fiz a resenha em forma de vídeo, para simplificar as explicações. Espero que gostem do conto desse mês, e que decidam ler e participar do desafio também:


Caso queira saber mais sobre desafio e sobre o conto de mês passado, clique nos links abaixo:


Espero que tenha gostado do desafio e dos contos!

Por: Lethycia Dias


Hoje, que sou aficionada por marcadores de página, minha coleção conta com mais de 120, porém eu me lembro de quando tinha apenas três, feitos à mão, que eu sempre renovava quando ficavam muito velhinhos. Minha coleção só começou a crescer tanto assim nos últimos, e eu fui descobrindo uma paixão cada vez maior pelos marcadores, que vai muito além da necessidade de colocá-los dentro dos livros. É um amor pela variação de tamanhos, estampas e texturas, a forma e o conteúdo diferente e quase único que cada um deles pode ter.
Por causa disso, eu prepararei esse post para contar como fiz para adquirir mais marcadores, da melhor forma possível.

Como anda minha coleção


Como eu disse acima, já passei da marca dos 100. Todos eles são diferentes uns dos outros, porque sempre que fico com algum repetido, separo para futuros sorteios do blog. Hoje, eu tenho vários tipos. Os mais comuns são aqueles que fazem a "propaganda" de determinado livro, com uma imagem da capa, nome do autor e da editora, e um pequeno texto falando sobre o que se trata a obra. Tenho também aqueles que são como cartões de determinadas livrarias. Tenho alguns recolhidos na biblioteca da minha faculdade, além de um modelo especial que meu namorado me deu de presente. E tenho, é claro, os marcadores de blogs literários.

E agora, vou dar algumas dicas bem legais para poder ter marcadores de todos os tipos.

Adquirindo de forma indireta:


 1- Em livrarias: Acho que essa é a forma mais óbvia, mas vale a pena compartilhar. As maiores editoras fazem grandes quantidades de marcadores de página, e os distribuem nas livrarias mais conhecidas, como Saraiva, Cultura, Leitura e Fnac. Indo pessoalmente à loja, você os encontra com facilidade, geralmente no caixa, ou dentro e livros. É claro que eu sei que nem todo mundo tem essa vantagem, porque essas lojas quase sempre estão presentes apenas nas maiores cidades, em grandes shoppings, e nem todo mundo tem acesso a elas. Entretanto, pequenos sebos também costumam ter marcadores de página, que quase sempre são a propaganda ou cartão da própria loja. Veja, por exemplo, esses marcadores lindinhos que peguei no Armazém do Livro, um sebo da minha cidade:

Marcadores adquiridos no sebo Armazém do Livro.

 2- Em sorteios: Está aí outra forma bem óbvia. Blogs costumam fazer todo tipo de sorteio, e é sempre bom participar. É claro que as chances de ganhar são pequenas, mas caso você ganhe...

Marcadores adquiridos em sorteios feitos por blogs.

Adquirindo diretamente com a editora:


Sempre existe a opção de entrar em contato com as editoras, e pedir que enviem alguns marcadores de página. Nem todas vão atender ao seu pedido, pois muita delas destinam toda a produção para as livrarias ou sorteios, mas vale a pena tentar com algumas. No fim do ano passado, eu fiz isso, e consegui esses:

Geração Editorial: Por indicação de outros leitores, enviei um e-mail para o endereço midias@geracaoeditorial.com.br, pedindo alguns marcadores de página e deixando também meu nome e endereço completos. Pouco tempo depois, recebi um e-mail informando que o envio seria feito em breve. Pouco tempo depois, eles vieram pelo correio:

Marcadores enviados pela Geração Editorial.

L&PM: Também por indicação, enviei um e-mail  para o endereço marketing@lpm.com.br. Logo, chegou uma resposta, pedindo que eu me cadastrasse no pelo link www.lpm.com.br/cadastro, e avisasse assim que tivesse terminado. Eu fiz o que pediram, e logo recebi também os marcadores deles:


Marcadores enviados pela L&PM Editores.

Editora Petit: Fiz um pedido através do espaço Fale Conosco, no próprio site da editora. Demorou um pouco, mas recebi uma resposta informando que alguns marcadores seriam enviados. Entretanto, eles ainda não chegaram.

Baixando modelos prontos:


Pedindo que as editoras me enviassem alguns marcadores, acabei descobrindo uma outra forma de consegui-los: alguns sites disponibilizam modelos prontos para download. Você só precisa baixar, imprimir em cores, recortar e colar em algum papel mais durinho, ou plastificar. Vou deixar abaixo alguns links onde encontrei esses modelos prontos:

Skoob
Blog Two Bee
Blog Another Girl Another Planet
Editora Valentina


Então, gostou das dicas? Se você souber de alguma outra maneira, pode compartilhar pelos comentários.

Por: Lethycia Dias


"Nesta antologia, magistralmente organizada pelo escritor Flávio Moreira da Costa, o leitor vai encontrar quase três mil anos de excelente leitura. Uma literatura de caráter específico e que vicejou mesmo nos momentos históricos mais sombrios: a literatura de humor. De Homero a Veríssimo, reúne-se aqui o melhor do gênero. Tanto quanto a arte de contar histórias, imperiosa necessidade humana, a capacidade de rir tem se mostrado indispensável à sobrevivência da espécie rir do que está à volta e, sobretudo, rir de si mesma. Os tipos de humor, como aqui se verifica, são os mais diversos. Tão numerosos quanto os autores que o vêm praticando. O humor pode ser brincalhão, infantil. Ou ganhar contornos mais densos, transformando-se em sátira, crítica social ou de costumes. Pode ser franco, resultando em gargalhada, ou ser mais voltado à reflexão, contido, sutil. Varia, ainda, conforme a cultura local: é o humour e o wit inglês, o spirit e o burlesco francês; o tragicômico e o melodramático do Norte europeu; o racional e o absurdo da Europa Central. Assumindo, enfim, as feições mais distintas do pastelão e da mais escrachada chanchada ao sofisticado e corrosivo, o humor esteve (e está) presente em praticamente todas as tradições literárias, em todos os tempos. E, não raro, mostrou-se perigoso, ameaçando a vida dos que ousaram apontar a graça do mundo."

Autor: Flávio Moreira da Costa
Gênero: Contos
Número de páginas: 562
Local e data de publicação: Rio de Janeiro, 2001
Tradução: Diversos tradutores
Editora: Ediouro

De risinhos a gargalhadas


Pelo título de livro e pela sinopse, você já deve ter adivinhado qual o conteúdo deste livro. Porém, se ainda estiver curioso(a), vou tentar fornecer uma explicação melhor: uma centena de contos, produzidos por escritores das mais diversas nacionalidades, épocas e culturas, reunidos num só lugar. Todos, é claro, com a proposta humorística. Eis o que temos aqui. Imagine então, no mesmo livro, ler palavras de Homero e Esopo; de Cervantes e Maquiavel; de Voltaire e do Marquês de Sade; de Edgar Allan Poe e de Mark Twain; de Machado de Assis e Oscar Wilde; de Anton Tchecov e Lima Barreto; de Franz Kafka e Scott Ftzgerald; de Nelson Rodrigues e Millôr Fernandes. Do mais célebre escritor, imortalizado na literatura, ao anônimo cuja história caiu na tradição oral. Você encontra tudo isso em Os 100 melhores contos de humor da literatura universal.
Entre as histórias, os temas são os mais variados e inusitados possíveis. Uma guerra entre ratos e rãs; um mercador que ao levar um golpe, devolve-o de forma pior; um demônio enviado para viver na terra, afim de experimentar o casamento; um homem que perde o próprio nariz; um elefante branco descontrolado, causando o caos em toda a região; uma obra de arte obscena; um homem cuja cabeça "não regulava"; o homem que finge saber um idioma que ninguém conhece; a candidata a miss que não ganha o concurso; a garota seduzida por um peru; uma partida de futebol contra americanos e japoneses. Se você se surpreendeu com isso, saiba que o livro ainda lhe reserva muito mais.
É sempre difícil resenhar um livro de contos, pois cada detalhe sobre uma história, pode ser um spoiler. Por isso, me contentei em citar alguns dos temas, que certamente devem ter despertado sua curiosidade. Difícil também é permanecer atenta às diferenças culturais, sociais, econômicas e históricas entre tantos escritores e escritoras, que condicionam elementos importantes nas histórias. Imagine que a graça do conto Amor, escrito pelo persa Saadi, não pode jamais ser igual à de No Escuro, escrito pelo russo Anton Tchecov em pleno século XIX. Não, não é possível. Cada história possui sua própria maneira de despertar a atenção do leitor, para então surpreendê-lo e diverti-lo (não necessariamente nessa ordem).

"De fato, era inacreditável.
Se tivesse perdido um botão, uma colher de prata, um relógio ou outra coisa qualquer...
mas logo o nariz, justamente algo tão precioso; como?
E, o cúmulo, na sua própria casa!"
O Nariz - Nicolai Gogol. Página 175.

Organizados em ordem cronológica de nascimento dos autores, os contos atravessam o tempo, desde antes de Cristo até meados do século XX. Por vezes, nos deparamos com mais de um conto escrito pelo mesmo autor. E cada vez que um novo autor nos é apresentado, Flávio Moreira da Costa nos informa sobre o período em que viveu, e deixa um parágrafo biográfico sobre cada escritor. Notas de rodapé se fazem presentes ocasionalmente, bem como os nomes de tradutores, nos casos em que a tradução não tenha sido feita pelo próprio Flávio.
Alguns dos contos são hilariantes, e nos fazem rir a cada novo parágrafo; outros, porém, parecem não ter nenhum sentido, até que chegamos ao ponto em que tudo se conecta. Esse último é o caso de A obra de arte, de Tchecov; enquanto que o primeiro seria bem representado por O corcunda recalcitrante, que integra a coletânea das Mil e uma noites. Para rir a todo momento também são boas opções O homem da cabeça de papelão e O peru de natal.
Alguns contos, porém, não parecem atendar à proposta de fazer rir. O conto Uma modesta proposta, de Jonathan Swift, por exemplo, é como uma espécie de carta em que o narrador-personagem descreve sua brilhante ideia para resolver um problema da época na Inglaterra: a grande população de moradores de rua. Para "eliminar" tal incômodo, o personagem propõe, nada mais nada menos, o consumo da carne dessas pessoas, que seriam iguarias valiosas para os mais ricos. A meu ver, ou a história toda era uma grande ironia e eu não percebi, ou essa proposta não tem graça nenhuma. Creio que esse foi o conto que chegou a realmente me incomodar, e ouso dizer que eu o detestei.
A seleção de Flávio também me desagradou em outro ponto: a ausência de mulheres. Até existem algumas, mas são tão poucos que os homens acabam predominando o tempo inteiro. Ao longo da leitura, eu fiquei atenta e fiz marcações no sumário, para chegar à conclusão de que foram selecionadas apenas 4 mulheres em milhares de anos de História. Não sei quais foram os critérios usados por ele para essa escolha, ou quais as dificuldades de teve com direitos autorais, mas senti muita falta de um pouco de voz feminina.


"Com a falta do socorro oportuno, o fidalgo piorou
e terminou entregando a alma muitíssimo a contragosto.
O ano de sua morte foi de grande alegria para os meninos herdeiros da aldeia
que comeram toda a colheita da venerável nogueira."
Oito Nozes - Emilia Pardo Bazán. Página 260.

Alguns incômodos, porém, não reduzem a genialidade da seleção e da obra como um todo. Lendo todos os contos do livro na ordem em que foram colocados, eu me senti como se viajasse através do tempo. Primeiro na Antiguidade Clássica, para passar pela Idade Média, Renascença, séculos XVIII e XIX, e chegar ao XX. Foi incrível contemplar não só as mudanças culturais, históricas e sociais, mas também de técnicas narrativas. O livro tornou-se muito mais agradável, com certeza, quando cheguei à página 127, quando Edgar Allan Poe nos introduz àquela que foi a era de ouro do conto. O século XIX foi, com certeza, a época em que os contos tomaram maior importância, e não é por acaso que no livro haja tantos textos de escritores que viveram em tal época.
Este livro em alguns momentos vai fazer você dar pequenos risos, mexendo a cabeça de um lado para o outro devagar; em outros, o fará soltar gargalhadas, alegre por lido uma história genialmente construída. Eu o indico para todos os amantes de contos, e também para quem queria apenas aliviar um pouco o estresse e dar boas risadas.

Contos que merecem destaque:
- O corcunda recalcitrante - As mil e uma noites;
- Os três ceguinhos de Compiègne - Anônimo;
- O sermão de Nasrudin - Khawajah Nasr Al-Din
- A megera domada - Charles & Marry Lamb;
- O Nariz - Nicolai Gogol;
- Uma das de Pedro Malas-Artes - Anônimo;
- O roubo do elefante branco - Mark Twain;
- O capitão do Camelo - Ambrose Bierce;
- Oito nozes - Emilia Prado Bazán;
- A obra de arte - Anton Tchecov;
- A pílula - Stephen Leacock;
- O homem de cabeça de papelão - João do Rio;
- O homem que sabia javanês - Lima Barreto;
- O peru de natal - Alberto Manzoni;
- O homem nu - Fernando Sabino;
- As salvaguardas nem sempre salvam - Millôr Fernandes.

Aspectos positivos: excelentes histórias humorísticas; informações biográficas sobre os autores; organização em ordem cronológica; seleção de textos escritores por autores de diversas nacionalidades e culturas.
Aspectos negativos: seleção de histórias de humor pouco compreensível; seleção de poucos contos escritos por mulheres.

Por: Lethycia Dias


Você deve estar se perguntando sobre o motivo da existência desse post em um blog de literatura. É que eu acredito que nós, blogueiros, como criadores de conteúdo e formadores de opinião, não podemos restringir nossas produções ao simples, ao divertido, ao entretenimento. Acho que justamente por termos nossos espaços na internet, onde recebemos visitas de pessoas que levam nosso trabalho a sério e acreditam naquilo que produzimos - por causa disso, devemos também dedicar algum tempo aos assuntos sérios, melindrosos, que precisam ser discutidos em algum momento. É por isso que de vez em quando escrevo alguns textos opinativos por aqui, e esse é mais um deles.
Acho que quase toda reflexão é precedida por uma observação. Antes de pensar sobre algo, é necessário notar a existência de seja lá o que for. Eu tenho consciência sobre o assunto desse post há bastante tempo, e é provável que você também tenha, embora talvez você nunca tenha parado pra pensar, ou mesmo nunca tenha se incomodado.
Integrar um grupo on-line durante muito tempo traz suas vantagens e desvantagens. Por um lado, você vê dezenas de postagens se repetirem de forma cíclica, e a pessoa que levanta (ou retoma) a discussão sobre determinado assunto sempre acredita que é a primeira a apresentar aquilo aos outros. Por outro lado, você conhece toda a rotina e estrutura daquele grupo, entende sua diversidade (ou ausência dela), e o pensamento predominante entre os membros.
Muitos e muitos assuntos são repetidos constantemente no grupo Leitores Anônimos, no qual eu participo há mais de um ano, porém um deles me chamou muita atenção na última vez em que surgiu. Estou falando da imagem abaixo:

Fonte: Reprodução. Meu Mundo.

Como interpretar o desenho acima? Vou tentar fazer isso da melhor forma possível:

"Em um mundo onde todas as pessoas são relativamente iguais, e se preocupam com coisas fúteis (?) é difícil encontrar alguém que se diferencie dos demais. Mas os modos de comportamento estão padronizados, pré-definidos, e é como se a tal pessoa diferente fosse estranha ou inaceitável."

Eu quero, em primeiro lugar, esclarecer que não concordo de forma nenhuma com o que foi dito acima. É uma interpretação, é aquilo que consigo extrair do desenho a partir do que conheço sobre o mundo e a sociedade. Vamos resumir para uma fórmula mais simples:

"Em meio a um monte de garotas preocupadas com moda e beleza, a garota que gosta de ler e estudar é a esquisita, a solitária, a que não se encaixa em grupo nenhum."

Admita: você já viu isso em algum lugar! Em filmes americanos, livros para adolescentes, fanfictions, músicas, etc. Quem não conhece a história da garota inteligente e tímida que é apaixonada pelo cara popular, que por sua vez namora com a menina mais bonita da escola? Não precisa se lembrar de um filme ou livro específico, porque a fórmula é mais ou menos a mesma, com pequenas variações. E é claro que vendo isso se repetir tantas vezes, você acabou assimilando, não é verdade?
Mas não quero criticar aqui o enredo de filmes, livros e fanfictions, ou a letra de música nenhuma. O que eu pretendo pensar é essa "oposição" que parece existir entre a beleza e a inteligência, e que na verdade está apenas nas nossas cabeças. Minha intenção é questionar: por que a beleza é considerada fútil? Por que achamos que a inteligência é um diferencial? Porque associamos beleza e inteligência a certos tipos de personalidade? Para a primeira, o extravertimento; para a segunda, timidez. Por que acreditamos nisso?
Você com certeza também já deve ter ouvido a frase: "Se ela tem mais livros do que sapatos, case-se com ela." Me responda: existe algo errado em gostar de sapatos? E por acaso, gostar de ler faz de alguém uma pessoa melhor? E por que é que não se pode gostar das duas coisas?
Voltando à imagem acima: por que as garotas usando maquiagem não podem ser também leitoras e estudiosas? E por que a garota que está lendo não pode também vestir outros tipos de roupas e se maquiar, quando achar necessário? Todas essas meninas na imagem não existem de verdade, mas representam pessoas reais, e essas pessoas podem muito bem gostar de coisas diferentes ao mesmo tempo. Por exemplo, gostar de moda e maquiagem, e gostar de ler e estudar. Por que não?
Por isso, peço a você que está lendo esse post: pense um pouco sobre os estereótipos que você conhece, e se pergunte qual a chance de eles serem reais. Todas as pessoas podem gostar das coisas mais variadas. O que não é certo é alguém querer interferir nas preferências pessoais alheias.
Fiquem agora com uma imagem genial para pensar sobre isso:

Fonte: Reprodução. Carol Rossetti.

Por: Lethycia Dias


Se você anda acompanhando o blog, deve ter notado que nos últimos tempos eu comecei a caprichar mais nas imagens de apresentação dos posts. São imagens que eu mesma criei ou editei, usando meus próprios recursos e minha criatividade.

Imagens de apresentação de alguns posts recentes. Clique para ampliar.

Acho que comecei a fazer isso no fim de novembro, quando meu namorado me indicou um site muito bacana onde se tem acesso a imagens de fundo mais ou menos padronizadas, com fontes e efeitos bonitos porém simples que podiam ser acrescentados. Veja o que eu produzi por lá:

Algumas imagens que produzi na tentativa de melhorar o conteúdo da fanpage.
Clique para ampliar.

Na montagem acima, três das imagens são referentes ao aniversário do blog, e foram postadas no dia 19 de dezembro de 2015 na fanpage, gerando muita interação com os seguidores. Era a primeira vez que eu recebia tantos comentários e curtidas.

Agora vou explicar onde e como fiz essas e outras imagens que venho usando para o blog:

Sites que eu uso:


1- Textgram: É um site para criação e edição de imagens, muito simples e fácil de usar. O fato de estar em inglês não atrapalha em nada, porque só mexendo um pouquinho você logo descobre cada função. Como o site só produz imagens nesse formato mais ou menos quadrado, eu gosto de usá-lo para preparar as imagens da fanpage, porque acho que esse é o formato mais legal para usar no Facebook.

Página inicial do Textgram. Clique para ampliar.

Para usar, é muito simples. Você seleciona algum desses planos de fundo, ou carrega um de sua escolha. Depois, escreve seu texto, e pode mexer nas outras abas, para acrescentar bordas, filtros, efeitos e emoticons. Mas lembrando: o site padroniza as imagens nesse formato, então se você for carregar uma foto, ela deve ser mais ou menos quadrada. Com isso, quero dizer que se a sua imagem tiver outra "forma", o site vai deixá-la "deformada", para adequá-la ao padrão. Esse é o ponto negativo do Textgram.

No fim, depois de ter feito tudo o que precisava, você clica em "save", para baixar a imagem pronta.

Local para salvar imagem no Textgram. Clique para ampliar.

2- Fotor Online: É um site exclusivo para edição, que conheci por indicação de uma amiga. A vantagem é que oferece muito mais recursos do que o Textgram. Nele, você insere sua imagem e pode corrigir defeitos típicos de fotografias com iluminação ruim; pode acrescentar filtros na intensidade que achar melhor; escrever textos; colocar bordas; e também colocar adesivos. O Fotor Online tem um número maior de fontes, e um recurso que facilita muito as coisas: você pode colocar qualquer qualquer cor no texto, coisa que não é possível no Textgram; lá, as únicas cores possíveis para o texto são preto e branco. Além disso, você pode inserir imagens com qualquer "forma".

Tela de edição do Fotor Online. Clique para ampliar.

Você precisa clicar em "import photos", no canto superior direito, para dar upload na imagem que quer editar.

Onde dar upload nas fotos. Clique para ampliar.

A seguir, precisa ir mexendo nas barras da esquerda para fazer a edição de acordo com sua preferência. Aí, tudo depende da sua intenção com a imagem. Eu geralmente só coloco um filtro, e escrevo algo relacionado ao post que vou fazer.

Recursos para edição no Fotor Online. Clique para ampliar.
Um detalhe importante: No Fotor Online você pode criar uma conta. Eu não tenho uma, porque acho que consigo fazer tudo o que preciso sem me registrar. Mas existem alguns recursos que só podem ser usados quando você tem o registro, como alguns tipos de adesivo, por exemplo. Eu uso o que está liberado para mim, e não sinto falta das outras coisas.

Quando tiver terminado, você clica no desenho do disquete, e baixa a imagem pronta.

Local para salvar imagem no Fotor Online. Clique para ampliar.

3- Visual Hunt: Você deve estar aí pensando: "Ok, ela usa dois sites para editar. Mas de onde tira as imagens de fundo?". Antigamente, eu pegava todas elas no Google, mas depois compreendi a importância dos direitos autorais, e passei a baixar muitas imagens em um site sem direitos. No Visual Hunt, todas as imagens estão disponíveis para quem quiser usar. Eu ouvi falar do site através de um post do Catraca Livre, e logo comecei a usar. A vantagem é ter acesso a milhares de imagens e ter a certeza de que não vai ter problemas depois de usá-las. Embora a gente pense que sim, a internet não é uma terra sem lei. Muita coisa que fazemos por aqui "na maior inocência" pode gerar processo judicial.

Página de busca do Visul Hunt. Clique para ampliar.

Ele funciona mais ou menos como a busca do Google. Basta digitar o que você quer, escolher a imagem mais adequada, e baixar. Não tem mistério!

Nos meus posts, eu quase sempre uso imagens do Visual Hunt, que depois edito no Fotor Online ou Textgram. Consigo criar um conteúdo bonito e simples, que melhora a aparência do meu blog e da minha fanpage, chama atenção para os posts, e o melhor: eu sei que aquilo pertence a mim.

Agora, só mais duas dicas:

Programas que eu uso:


1- Photoshop: Eu não entendo muita coisa no Photoshop, mas já aprendi o suficiente para pelo menos para criar um pouquinho, e quebrar o galho com algumas imagens. Lá, eu consigo criar pequenos banner's para os posts do Loucura Por Leituras, ou fazer minhas miniaturas para os meus vídeos do YouTube. Veja um pouco do que eu já fiz por lá:

Imagens para miniatura de vídeos ou apresentação de posts. Clique para ampliar.

Como eu entendo pouco do programa, o máximo que faço é escrever algo, porque adoro as fontes e cores do Photoshop, ou então sobrepor imagens em um banner que eu já tenha criado antes (como é o caso do desenho do Edgar Allan Poe, no canto inferior direito). Prometo que vou fazer vídeos ensinando o pouquinho que sei.

2- Power Point: Acredite ou não, o Power Point pode ser muito útil para criar uma imagem simples. Eu já usei várias vezes, principalmente antes de ter o Photoshop, e antes de conhecer os sites que indiquei acima. Veja o que eu já criei por lá:

Imagens de apresentação de posts. Clique para ampliar.

Eu usava o Power Point para criar essas imagens, e era bem simples, Eu usava os designs prontos para criar slides, escrevia o que precisava, depois abria a apresentação de slides para deixar em tela cheia. Em seguida, tirava print, e depois salvava usando o Paint. Era muito simples e rápido.


E então, o que você achou dessas dicas? São todas mais ou menos simples, e eu faço quase sempre, para poder deixar meus posts mais bonitos e criativos. Espero ter te ajudado ou tirado alguma dúvida importante. Se você também tem alguma dica como essa, pode me falar pelos comentários, que vou adorar conhecer!

Por: Lethycia Dias



Desde o dia em que avisei sobre sua criação, a sessão de Dicas de Português e Escrita tem sido muito bem-sucedida aqui no blog. Isso só me deixa feliz, porque vejo que ajudo muitas pessoas, e até a mim mesma, pois de vez em quando também venho aqui visitar minhas próprias dicas.
O post de hoje será mais ou menos parecido com o de homônimos e parônimos, onde eu explico um pouco o uso de palavras que possuem escrita e/ou pronúncia parecida. A diferença é que as palavras ou expressões que vou citar aqui são confundida em algumas ocasiões específicas, e porque não sei se a confusão delas é tão comum assim. E além disso, a correção automática dos programas de computador nem sempre detecta o erro.
Então vamos lá!

"Demais" ou "de mais"?
As duas formas são corretas! Mas o uso vai depender do contexto. A palavra demais serve para designar algo em grande quantidade ou intensidade. Já a expressão de mais tem a mesma função, porém só é usada para dizer o contrário de de menos.
Exemplos:
- "A aula foi interessante demais."
- "Ela ficou feliz demais."
- "Ela compra coisas demais."
- "Tenho preguiça de mais e interesse de menos."
- "Tive gastos de mais e lucro de menos."

"Afim" ou "a fim"?
Novamente, as duas estão corretas, e é o contexto que vai definir qual será usada. Se você quer dizer que determinada pessoa está interessada em algo ou alguém, então deve escrever tudo junto. Também pode se referir a coisas parecidas, (nesse caso, deve escrever no plural). Você só precisa escrever separado se estiver se referindo ao objetivo de algo ou alguém.
Exemplos:
- "Estou afim de um cara da academia."
- "Comprei cadernos, agendas, blocos de anotações e afins."
- "A placa foi colocada a fim de avisar que há um cachorro bravo na casa."

"À vontade" ou "a vontade"?
A expressão à vontade serve para designar o comportamento de alguém. Quando não existe a crase na letra a, trata-se apenas de um substantivo acompanhado pelo artigo definido feminino.
Exemplos:
- "Sente-se, fique à vontade."
- "No começo estava tímido, mas logo ficou à vontade."
- "Seja feita a vossa vontade."
- "Fui levada contra a vontade."

"A gente" ou "agente"?
A gente é aquela expressão da linguagem coloquial que substitui o pronome nós. Quando escrevemos tudo junto, podemos nos referir ao James Bond, que é um agente secreto.
Exemplos:
- "A gente viajou durante dois meses."
- "Você vem com a gente?"
- "Adoro esses filmes de agente secreto!"

"Sombrancelha" ou "sobrancelha"?
O certo é sobrancelha, sem o M. "Sombrancelha" não existe!
Exemplos:
- "Ele tem sobrancelhas finas."
- "Você tem uma falha na sobrancelha direita."

"Há anos" ou "a anos"?
As duas estão certas. Quado se usa o H no início, é porque estamos falando de algo que aconteceu no passado. Sem o H, falamos de algo que acontecerá no futuro.
Exemplos:
- "O Brasil é uma república há mais de 100 anos."
- "Meus pais estão casados há 50 anos."
- "Esse negócio vai gerar muito lucro daqui a um ano."
- "Daqui a cinco anos posso me aposentar."

"Nada a ver" ou "nada haver"?
Para falar que uma coisa não tem a menor relação com a outra, dizemos que elas não têm nada a ver. A outra expressão está errada, e eu simplesmente não consigo imaginar um contexto em que o verbo haver, no infinitivo, vai combinar com a palavra nada.
Exemplos:
- "Essa roupa não tem nada a ver comigo."
- "A Jéssica e o Roberto não têm nada a ver."

"Auto" ou "alto"?
O prefixo auto significa "próprio de si mesmo". Já a palavra alto é o contrário de baixo.
Exemplos:
- "Ligue o auto-falante."
- "Tenho uma ótima autoestima."
- "Jogadores de basquete são muito altos."
- "O volume está muito alto."

"Obedecer aos pais" ou "obedecer os pais"?
O verbo obedecer é um verbo transitivo indireto, o que significa que precisa de um complemento acompanhado por uma preposição. Sempre que for usado, vai exigir a preposição a.
Exemplos:
- "O cachorro obedece ao dono."
- "Obedeça ao professor durante as aulas."

"A meu ver" ou "Ao meu ver"?
Nesse contexto, a gramática não exige um artigo acompanhando as palavras meu ver. Por isso, ele é acompanhado apenas pela proposição a. O certo é a meu ver.
Exemplos:
- "A meu ver, isso tudo está errado."
- "A meu ver, ele tenta humilhar os outros."

"Houve" ou "ouve"?
Outro daqueles casos em que as duas formas são corretas, mas o contexto define qual será usada. Houve é o verbo haver conjugado no passado. Já a palavra ouve, é o verbo ouvir conjugado na terceira pessoa do presente.
Exemplos:
- "Houve um assalto aqui ontem."
- "Houve um concurso de beleza na minha escola."
- "Ele não ouve muito bem."
- "Ela ouve tudo por detrás da porta."

E então? Você tinha dúvida com alguma dessas situações? Eu confesso que nem sempre lembro da preposição para o verbo obedecer! Essas foram algumas dicas para sempre nos lembrarmos qual a expressão ou palavra certa em cada situação mas é claro que existem muitas outras, e eu teria que fazer vários posts para falar de todas elas. Se você conhece alguma outra, não deixe de comentar aqui! Vai ajudar muito a mim e às outras pessoas também!

Por: Lethycia Dias



Na última quarta-feira, dia 03, quem gosta de literatura brasileira foi surpreendido por uma notícia realmente boa: Lygia Fagundes Telles foi indicada ao Nobel de Literatura. A União Brasileira dos Escritores (UBE) encaminhou a indicação para a Academia Sueca, e no mesmo dia a notícia rapidamente se espalhou pela rede.
Ela foi escolhida pelos membros da UBE de forma unânime, e segundo Durval Noronha Goyos, presidente da instituição, "Lygia é a maior escritora brasileira viva e a qualidade de sua escrita é inquestionável".
Vários brasileiros já foram indicados ao Nobel de Literatura, entre eles Jorge Amado e Ariano Suassuna, mas nenhum foi premiado. Entretanto, nenhuma mulher brasileira foi indicada antes: Lygia é a primeira. Além disso, o português José Saramago foi o único escritor de Língua Portuguesa a receber a honraria.
O Prêmio Nobel é um conjunto de prêmios internacionais anuais em reconhecimento aos avanços culturais e/ou científicos, criado pelo inventor sueco Alfred Nobel. No campo da literatura, o prêmio é concedido desde 1901. Quem escolhe o escritor ou escritora a ser premiado(a) é a Academia Sueca, e esse é considerado o prêmio mais distinto que alguém pode receber na literatura.

Para saber mais sobre essa escritora brasileira, continue lendo esse post, e entenda por que eu fiquei tão empolgada ao saber da notícia:

Uma breve biografia


Lygia Fagundes Telles, nascida Lygia Azevedo Fagundes, nasceu em 19 de abril de 1923, em São Paulo, sendo a quarta filha de Durval de Azevedo Fagundes e Maria do Rosário Silva Jardim de Moura. Devido à profissão do pai, que era delegado e promotor público, ela passou a infância em cidades do interior. O sobrenome Telles, pelo qual ela é hoje em dia conhecida, vem de seu casamento com Goffredo da Silva Telles Jr. (1950). Não se sabe muito sobre este primeiro período de sua vida, até o momento de sua primeira publicação.
Erico Verissimo, com quem Lygia se correspondia.
Fonte: Reprodução. Releituras.
Seu primeiro livro foi publicado em 1938, quando ela tinha apenas quinze anos, e foi uma coletânea de contos intitulada Porão e Sobrado. Conta-se que aos dezoito anos, publicando novas obras, ela se correspondia por cartas com Erico Verissimo. Na mesma época, no ano de 1941, ela ingressou nocurso de Direito da Faculdade do largo de São Francisco, além de já ter concluído o curso de Educação Física na Escola Superior de Educação Física. Na época, a carreira de advocacia era considerada exclusivamente masculina (como muitas outras profissões foram durante muito tempo, e algumas ainda são hoje em dia). Com poucas mulheres na turma, ela enfrentou o sexismo dos colegas homens. Durante o curso, ela integrou a Academia de Letras da faculdade, escrevendo para os jornais Arcádia e A Balança. Ela trabalhava para seu próprio sustento e para pagar os estudos no Departamento Agrícola do Estado de São Paulo, e nessa época, conheceu Hilda Hilst, a poetisa que viria a ser sua melhor amiga.
Ela passou a assinar suas obras com o sobrenome do marido a partir de 1950, ano em que se casou com Goffredo da Silva Telles Jr., e mudou-se com ele para o Rio Janeiro, devido às obrigações de Goffredo como deputado federal. Seu único filho nasceu em 1954, chamado Goffredo da Silva Telles Neto. Neste ano, ela escreve seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, que foi adaptado em forma de telenovela duas vezes pela Rede Globo. No ano de 1960, ela se separa do marido.

Passeata dos Cem Mil (1968).
Fonte: Reprodução. Joaquim Livros e Discos.
Pouco depois, no ano de 1968, ela mostrou sua consciência política. Esteve presente na Passeata dos Cem Mil, que juntou intelectuais, artistas e vários outros setores da sociedade brasileira, contra a Ditadura Militar.
No ano de 1970, Lygia recebeu o Grande Prêmio Internacional Feminino para Estrangeiros, na França, pele livro de contos Antes do Baile Verde, publicado no mesmo ano. Três anos depois, publica o romance As Meninas, ganhando o prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras; o prêmio Jabuti, da câmara Brasileira do Livro; e  o prêmio de ficção da Associação Paulista de Críticos de Arte.
Em 1982, foi eleita para a 28ª cadeira da Academia Brasileira de Letras. Em 1995, recebeu novamente o Prêmio Jabuti, dessa vez pelo livro Invenção e Memória. Em 2001, ainda recebeu o título de doutora honoris pela Universidade de Brasília. Recebeu, em 2005, o Prêmio Camões, pelo conjunto de sua obra.

Minha experiência de leitura:


O primeiro livro de Lygia Fagundes Telles que eu li foi a antologia Oito Contos de Amor, cujo próprio nome é auto-explicativo. Na época eu devia ter cerca de treze anos, e confesso que apenas duas histórias me chamaram a atenção. Mas só fui realmente conhecer a escrita de Lygia Fagundes Telles aos 16 anos, quando estava no Ensino Médio. Eu havia visto o remake da novela "Ciranda de Pedra", e ao encontrar o livro na biblioteca do colégio, decidi ler. Acabei descobrindo que a novela não era nem um pouco fiel à obra, mas isso não vem ao caso.
Mas a famosa biblioteca da escola, da qual eu falo com tanta frequência aqui no blog, foi a grande colaboradora para que eu descobrisse grandes escritores da literatura brasileira. Entre eles, Lygia não podia faltar. Depois de Ciranda de Pedra, li todos os livros de contos de Lygia aos quais tive acesso quase que compulsivamente. Eu nem precisava ler a sinopse para me interessar: bastava que o nome dela estivesse escrito na capa. Isso influenciou muito a minha vontade e ler e escrever contos, e continua influenciando até hoje, pois eu morro de vontade de comprar um exemplar de todos os livros que li naquela época.
Foram vários títulos: O Jardim Selvagem, Seminário dos Ratos, A Estrutura da Bolha de Sabão, Antes do Baile Verde. Todos continham histórias de grande importância para mim, muitas divertidas e inusitadas, algumas com grandes críticas sociais, outras refletindo sobre a condição feminina na sociedade, e outros que me deixaram chocada.

Livros de contos de Lygia Fagundes Telles.
Editora Companhia das Letras.

A escrita de Lygia Fagundes Telles é leve e sutil, do tipo que só se percebe as nuances com muita atenção. É ao mesmo tempo marcante, deixa determinado trecho em nossa memória, que ficamos sempre reexaminando.
Toda essa leitura contribuiu para o meu amadurecimento, tanto como leitora, quanto como escritora. Aprendi a valorizar mais a literatura brasileira, a gostar mais de ler e escrever contos, e também a analisar a sutileza do conto.
Minha admiração pela Lygia Fagundes Telles é tão grande que mal consigo expressar a felicidade que tive ao saber da indicação ao Nobel Literatura. Eu espero, com toda a sinceridade, que ela seja premiada, projetando assim a literatura brasileira pelo mundo, e também a literatura feita por mulheres, que merece grande reconhecimento.

Indicação


De forma paralela a esse post, gravei um vídeo para o meu canal indicando o conto Antes do baile verde, que deu origem ao livro de mesmo nome:



Por: Lethycia Dias.

Referências Bibliográficas
CASARIN, Rodrigo. Lygia Fagundes Telles é indicada ao Nobel de Literatura. Blog página cinco. Uol Entretenimento. Disponível em: <http://paginacinco.blogosfera.uol.com.br/2016/02/03/lygia-fagundes-telles-e-indicada-ao-nobel-de-literatura/>. Acesso em: 06 de fevereiro de 2016.
BEZERRA, Elvia. ALMEIDA, Elizama de. Lygia Fagundes Telles indicada ao Nobel. Blog do IMS. Disponível em: <http://www.blogdoims.com.br/ims/lygia-fagundes-telles-nobel>. Acesso em: 06 de fevereiro de 2016.
Lygia Fagundes Telles. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Lygia_Fagundes_Telles>. Acesso em: 06 de fevereiro de 2016.
Nobel de Literatura. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Nobel_de_Literatura>. Acesso em: 06 de fevereiro de 2016.
Prêmio Nobel. Wikipédia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9mio_Nobel>. Acesso em: 06 de fevereiro de 2016.
SARMENTO, Luciana. HuffPost Brasil. Disponível em: <http://www.brasilpost.com.br/2016/02/03/lygia-fagundes-telles-nobel-literatura_n_9151564.html>. Acesso em: 06 de fevereiro de 2016.


Pelo título e a imagem de divulgação do post, vocês já perceberam qual é a novidade de hoje. Acabo de fechar mais uma parceria para o blog, e estou aqui para fazer uma indicação para vocês.
Se tem uma coisa que aprendi em um ano de blogosfera, é que acaba sendo muito produtivo fazer parcerias com pessoas cujo conteúdo nós gostamos. Eu já tenho uma boa amizade com a Lívia Santana, do Check-in Virtual, e já conheci alguns blogs muito bons, graças aos grupos de interação, como a Liga Blogesfera. Ultimamente, eu já andava pensando que seria legal ter mais algum parceiro ou parceria, e logo surgiu uma boa proposta, que eu aceitei.

Cabeçalho do blog Com Lucas Afonso. Clique na imagem para ampliar.

O novo blog parceiro do Loucura Por Leituras se chama Com Lucas Afonso, e foi criado em agosto de 2015. Como podemos presumir pelo nome, ele é escrito pelo Lucas Afonso, um estudante de dezesseis anos. O Lucas veio do interior de Goiás, e nos conhecemos pelo fato de ele ser calouro no curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás (onde eu estudo). Na minha turma, eu e meus colegas decidimos que seríamos bem receptivos com os novos ingressantes do curso, dando todas a informações e dicas importantes para eles, e ajudando no que fosse necessário. Assim que a lista dos aprovados para o SISU saiu, começamos a procurá-los no Facebook e a entrar em contato com eles. No primeiro dia de matrícula, já tínhamos um grupo no WhatsApp com alguns dos novatos.
Quando eu soube que o Lucas tinha um blog, fiquei bem curiosa para conhecer, e li algumas das resenhas escritas por ele. O blog não é literário. É um espaço onde ele o que gosta e considera interessante. Entre os principais assuntos, estão: música, programas de TV, textos e resenhas de filmes, livros e séries.
Como suporte para seus conteúdos, o Lucas utiliza fotos e vídeos. O layout é simples e claro, e os posts não costumam ser muito longos. Veja as imagens abaixo para ficar por dentro do que o Lucas andou postando ultimamente:

Print retirado da página principal. Clique na imagem para ampliar.

Print retirado da página principal. Clique na imagem para ampliar.

Fechei a parceria por considerar o blog interessante, e por achar que o conteúdo, um pouco mais diversificado com o meu, pode ser também interessante para vocês que leem os meus posts com frequência.
Se vocês acharam interessante, podem visitar o Com Lucas Afonso, e espero que gostem!

Por: Lethycia Dias.



Mais uma vez, estou aqui respondendo a uma TAG, e essa, por incrível que pareça, eu ainda não tinha respondido. Fui indicada há algum tempo pela Thamy, do blog Ilustra Pyxis, e por conta da grande quantidade de posts que consegui adiantar durante as férias de janeiro, só agora estou conseguindo postar.
São 10 perguntas bem divertidas, através das quais vocês podem me conhecer melhor. Vamos lá?

1- A capa mais bonita da sua estante: 


Tive muita dúvida para definir qual seria a minha capa preferida, mas acho que é essa. Quando encontrei essa edição de A volta ao mundo em oitenta dias por apenas R$ 15,00 na Livraria Leitura, fiquei louca. Comprei na mesma hora! É uma edição grande, em capa dura, com páginas amareladas e fita para marcar página. É incrível!

2- Se pudesse trazer um personagem da ficção para a realidade, qual seria?

Tyrion Lannister, em Game Of Thrones.
Fonte: reprodução. Wikipédia.

Acho que se pudesse trazer para a realidade algum personagem da ficção, ele seria Tyrion Lannister, o anão mais inteligente de Westeros, e provavelmente de todo o mundo conhecido (como se diz na série). Eu adoraria discutir com ele um pouco sobre política, literatura, dragões, e também sobre o comportamento das pessoas. Só acho que o nosso mundo seria um pouco estranho pra ele, não é mesmo?

3- Se pudesse entrevistar um autor, qual seria?

Entrevistar: só mais uma tarefa normal para uma estudante de Jornalismo, haha!
Fiquei pensando em vários escritores e escritoras que admiro, e adoraria conhecer: J. K. Rowling, por exemplo. Mas parei para pensar bem, e acho que se fosse possível, eu adoraria bater um papo com Shakespeare, para entender melhor a genialidade de um cara que escreveu histórias hoje amplamente conhecidas no mundo inteiro. Hamlet, Romeu e Julieta, Otelo, A Megera Domada entre outras de suas peças teatrais, que mesmo se não gostamos de teatro, ou de literatura em geral, já ouvimos falar pelo menos uma vez. Sem falar nos sonetos incríveis escritos por ele! Enfim, seria a entrevista mais incrível da minha vida. Pena que não é possível...

4- Um livro que você não leria de novo? Por quê?


Como eu disse na resenha, A Morte na Poeira foi uma grande decepção literária. O enredo é interessante, mas a história foi mal-escrita. Muitas coisas permanecem sem explicação mesmo quando você termina, e as primeiras cem páginas do livro são completamente confusas. Sem falar dos diálogos nem um pouco naturais.

5- Uma história confusa?

A mesma resposta da pergunta anterior.

6- Um casal?


Faz muito tempo que não leio nenhum romance, nenhuma história voltada especificamente para a relação amorosa entre duas pessoas, mas quando eu lia muitas histórias assim, a saga Fallen foi muito marcante para mim. E eu era simplesmente apaixonada pela Lucy e pelo Daniel! Amava os dois! Ai, que saudade desse casal!

7- Dois vilões:
Foto: Reprodução.
Foto: Reprodução.
Acho que que se eu pudesse reunir muita raiva por personagens literários, essa raiva toda seria direcionada à Bellatrix Lestrange (Harry Potter) e ao Lorde Walder Frey (As Crônicas de Gelo e Fogo). Sempre lamentei a morte do Sirius, e tanto acompanhando os filmes, quanto lendo os livros de HP, sempre fiquei muito irritada com algumas das atitudes e comportamentos dela, principalmente por bajular tanto o Voldemort.
E quanto ao Lorde Frey, vamos lá: eu sei que em As Crônicas de Gelo e Fogo não existe personagem principal, e nem mocinhos e vilões, visto que a história é baseada nas ações de cada personagem, e em como isso influencia o jogo dos tronos. O Casamento Vermelho foi muito chocante pra mim, tanto no livro quanto na série. Enquanto assistia à cena, eu estava parada na frente do computador, com a mão tapando a boca, chorando. Eu gosto muito dos Stark, e tinha todas as esperanças do mundo no Robb como Rei do Norte. A partir daí, comecei a odiar o Lorde Walder por ser tão mesquinho e ambicioso, capaz de trair da forma que traiu. É claro que outras pessoas estavam envolvidas nessa traição, como Tywin Lannister e Roose Bolton, mas pela forma como tudo aconteceu, o meu rancor sobrou para os Frey.

8- Um personagem que você mataria (ou tiraria do livro):

Tirando os dois personagens acima, alguém que eu gostaria de matar seria o Don, de Caixa de Pássaros. No contexto do livro, várias pessoas que antes não se conheciam estão confinadas numa casa, tentando sobreviver em uma situação extrema, e tudo depende muito da paciência e da cooperação entre todos. O cara, além de ser super egoísta e mal-humorado, estava sempre reclamando de tudo e sugerindo coisas absurdas, além de ter sido o culpado por uma coisa terrível. Eu adoraria que ele tivesse morrido antes de causar isso.

9- Se pudesse viver em um livro, qual seria?

Será que precisa fazer essa pergunta? É ÓBVIO que eu viveria no universo de Harry Potter! Ah, e eu seria bruxa, é claro!

10 - Qual o maior e o menor livro da sua estante?

O maior e o menor livro da minha estante são dois extremos. O menorzinho deles, Olhava o Sol, foi escrito por uma antiga professora do meu curso de Espanhol, Ray Lucena Strehler. É um livro de mini-contos, e tem apenas 70 páginas.
Enquanto isso, Os Miseráveis, de Victor Hugo, é esse monstro que vocês estão vendo pela foto. Nessa edição de dois volumes da Cosac Naify, que é a que eu tenho, os dois livros somam quase 2 mil páginas. (para ser mais exata, 1977!). Não quero nem pensar em quanto tempo vou demorar para ler!

Essas foram as dez perguntas da TAG, que eu adorei responder. Segue abaixo uma lista do(a)s blogueiro(a)s que decidi indicar para responderem às perguntas, Aproveite para visitá-los!

Lívia Santana, do Check-in Virtual;
Lucas Afonso, do Com Lucas Afonso;
Bia Oliver, do Leituras e Comidinhas;
Susan Rodrigues, do Sushi Bahiano;
Thainá Christine, do Sonhando através de palavras;
Camila Carvalho, do Te Conto Poesia;
Maísa Androeli, d'O Pequeno Mundo dos Livros;
O blog Mundo Literário da Cecy;
Hidaiana Rosa, do Blog da Hida;
Beatriz Stellet, do Tempestarei;

Compartilhe comigo o que você achou das minhas respostas, e se tiver um blog, pode responder à TAG também, só não se esqueça de deixar o seu link aqui, porque vou adorar ler suas respostas!

Por: Lethycia Dias

"É após a morte que Brás Cubas decide narrar suas memórias. Nesta condição, nada pode suavizar seu ponto de vista irônico e mordaz sobre uma sociedade em que as instituições se baseiam na hipocrisia. O casamento, o adultério, os comportamentos individuais e sociais não escapam à sua visão aguda e implacável, nesta obra fundamental de Machado de Assis."




Autor: Machado de Assis
Gênero: Romance
Número de páginas: 125
Local de data de publicação: Editorial Lord Cochrane S. A., Chile, 1998.
Editora: América do Sul LDA.


Irônico, engraçado, devastador


"Ao verme que primeiro roeu 
as frias carnes do meu cadáver
dedico como saudosa lembrança
estas memórias póstumas"

Fico tentando imaginar quanto espanto tal dedicatória deve ter causado no fim do século XXI, seja quando publicado em forma de folhetim, na Revista Brasileira, em 1880, seja quando publicado realmente em forma de livro, no ano seguinte. O fato é que Memórias Póstumas de Brás Cubas é considerado uma obra inovadora, que introduziu o realismo na literatura brasileira, e alguns críticos até afirmam que precedeu algumas caraterísticas do realismo fantástico, chegando a denominá-lo "a primeira narrativa fantástica do Brasil". E tudo isso porque Brás Cubas, o narrador-personagem do livro, é nada mais nada menos que um homem morto. Ele nos anuncia, desde o princípio, que escreve diretamente do além, e mais: começa a história não pelo seu nascimento, mas por sua morte. Essas são as inovações que fazem deste livro dos mais conhecidos de Machado de Assis, obra indicada para vestibulares e clássico da literatura brasileira.
Não há muito o que falar sobre o enredo sem dar spoiler's, mas como o próprio título já diz, trata-se de um livro de memórias. Aqui, o personagem Brás Cubas nos conta de sua morte, voltando aos seus últimos tempos de vida, até que no capítulo 9 (Transição) anuncia que vai nos falar sobre seu nascimento. Assim, a narrativa retoma o tempo cronológico. Nós acompanhamos o nascimento e os primeiros anos de infância de Brás Cubas, e até uma explicação sobre a origem de seu nome. Logo, a narrativa pula para sua juventude, estudos, relacionamentos amorosos, e se prolonga por quase todo o livro em sua vida adulta. Brás nasce em 1805, época em que o Brasil ainda era colônia de Portugal, e morre em 1869, durante o período do Segundo Reinado. Embora a narração não dê muitas explicações sobre a profissão de seu pai, nós logo percebemos que a família Cubas pertence ao pequeno grupo de pessoas privilegiadas socialmente na época: um de seus tios foi oficial da infantaria, enquanto o outro é cônego; a família possui certa quantidade de terras (uma chácara), e escravos. Vale lembrar que a escravidão só foi abolida no Brasil oito anos depois da primeira publicação dessa história.

"[...] o relógio é definitivo e perpétuo;
o derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto,
há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre."

Narrado em primeira pessoa pelo próprio Brás Cubas, o livro é dividido em capítulos de tamanho variado, mas em geral curtos. As vezes, tão curtos que uma só página chega a conter dois capítulos inteiros e o início de um terceiro. Em outras vezes, Machado, em seu estilo um tanto incomum, inicia um capítulo sem texto algum, que nós faz avançar para o próximo. Outras vezes, nos manda pular trechos, como no capítulo 7 (Delírio): "Que me conste, ainda ninguém relatou o seu próprio delírio; faça-o eu, e a ciência mo agradecerá. Se o leitor não é dado à contemplação destes fenômenos mentais, pode saltar o capítulo; vá direto à narração.". Tudo isso é característico da escrita de Machado, que você talvez já conheça se tiver lido Dom Casmurro.
A linguagem é formal e rebuscada, cheia de palavras e expressões que já se tornaram obsoletas, mas isso é normal em um livro escrito há mais de cem anos. Um leitor acostumado com literatura moderna, sobretudo literatura voltada para jovens, pode se incomodar ou ficar confuso com isso, mas creio que procurar por uma adaptação resolva o problema; insistir na leitura e usar um dicionário também é uma boa opção.
O estilo é realista, devido ao uso de ironia e pessimismo para criticar a sociedade. Um bom exemplo disso é quando Brás nos conta sobre seus estudos na Universidade de Coimbra, em Portugal, pagos por seu pai e realizados por insistência do progenitor, que ele não levou muito a sério. Na época, era comum que as famílias mais ricas enviassem os filhos (apenas os homens, é claro) para estudar na Europa. Machado de Assis, nascido em família pobre, nunca frequentou universidade. Outra grande crítica é contra a necessidade de manter uma boa reputação perante a alta sociedade; em vários momentos, percebemos o quanto isso é importante para a personagem Virgília, e Brás Cubas se queixa abertamente disso.
A leitura foi demorada, porém muito divertida. Eu já tinha lido Memórias Póstumas de Brás Cubas quando tinha quinze anos, e essa na verdade foi uma releitura. Foi importante para que eu mudasse um pouco minha opinião sobre os romances de Machado, pois apesar de adorar os contos dele, eu tinha certa resistência aos romances (talvez pelo fato de ter lido Helena, uma obra não muito madura, ou por ser também muito nova quando li Dom Casmurro e não ter compreendido bem).
Recomendo a leitura para vestibulandos, para quem pretende conhecer obras de Machado de Assis ou do realismo brasileiro, para quem gosta de clássicos, e para quem pretende conhecer melhor a literatura brasileira do século XIX.

Aspectos positivos: caráter inovador; capítulos curtos incentivam a continuar lendo; presença de críticas sociais; uso de ironia.
Aspectos negativos: a linguagem rebuscada pode confundir o leitor.

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