Confira!

"Uma repórter em busca dos acontecimentos que não viram notícia e das pessoas que não são celebradas. Uma cronista à procura do extraordinário de cada vida anônima. Uma escritora que mergulha no cotidiano para provar que não existem vidas comuns. O mendigo que jamais pediu coisa alguma. O carregador de malas do aeroporto que nunca voou. O macaco que ao fugir da jaula foi ao bar beber uma cerveja. O doce velhinho dos comerciais que é também uma vítima do holocausto. O homem que comia vidro, mas só se machucava com a invisibilidade. Neste livro, você encontra essas e outras histórias extraordinárias da vida real. Ao final, também descobre algo sobre si mesmo."

"Aqui se revela um dos segredos de Eliane para compilar suas história: a empatia enigmática que estabelece com suas fontes." - Marcelo Rech
"Ao ler o que Eliane escreve hoje, ninguém mais poderá dizer que já não se produzem grandes repórteres como antigamente." - Ricardo Kotscho


Autora: Eliane Brum
ISBN: 978-85-60-171-00-2

A capa cinzenta com uma fotografia desfocada já demonstra a primeira intenção da autora com as crônicas-reportagens de A Vida Que Ninguém Vê: revelar ao mundo que algo ou alguém –, em algum lugar, não é visto pelos outros. E com "os outros" entende-se o comerciante que abre sua loja todos os dias, a dona de casa que vai ao mercado, o empresário que mora num bairro elegante, o aluno que caminha até a escola; a sociedade em geral.
O livro é constituído por histórias de personagens que o mundo simplesmente ignora. Abre os olhos das pessoas para convencê-las a enxergar seres humanos invisíveis, colocados à margem. Talvez ao olhar para uma dessas pessoas na rua você não imagine que haja algo de impressionante na vida dela, e isto que faz da obra de Eliane Brum tão diferente: ela imaginou; procurou conhecer estes personagens reais que ninguém conhecia, procurou dar-lhes voz e apresentá-los ao mundo. Como diz o próprio resumo do livro, Eliane buscava o extraordinário de cada vida anônima.
A vida imita a ficção, ou a ficção imita a vida? Não se sabe mais responder a esta pergunta depois de  ter lido este livro. Se cada história parece ter sido imaginada por um escritor urbano, o que mais surpreende é o fato de saber que nenhuma delas foi inventada – todas elas aconteceram de verdade, e foram publicadas no ano de 1999, numa coluna semanal homônima do jornal Zero Hora de Porto Alegre. Muito impressionados, os leitores elogiavam a repórter, que ganhou o Prêmio Esso Regional no mesmo ano. Reunidas posteriormente num livro, as crônicas renderam a Eliane o Prêmio Jabuti de melhor livro de reportagem, em 2007.

"Eu não faria um convite daqueles a qualquer um. [...]
 A ideia estava ancorada na convicção de que tudo  até uma gota d'água 
pode virar uma grande reportagem na mão de uma grande repórter."
Prefácio escrito por Marcelo Rech

Em sua prosa de olhar sensível e humano, Eliano Brum relata os fatos como se lhe foram apresentados, mas sem a suposta frieza que se imagina de uma jornalista. Ela, ao contrário, nos faz refletir sobre tantas histórias que nunca antes foram contadas, sobre tantas vidas que ninguém notou. O título do livro não é por acaso!
Colocados em evidência, os personagens destas histórias receberam, cada um, uma fotografia como espécie de "abertura" da crônica em que aparecem. São imagens em preto e branco, ainda desfocadas, mas cada uma contendo um ponto que é destacado, em que pode-se notar a parte mais importante. Por isso eu poderia dizer que o livro não trata-se de um simples produto jornalístico: é, por si só, uma obra de arte, no que diz respeito à prosa e à estética. É maravilhoso, em suma.
E como alguém poderia não se sentir chocado ao ler sobre o rapaz de 29 anos que, ao seguir um garoto até a escola em que estudava, teve sua vida modificada por uma professora? Como esquecer de Adail, cujo maior sonho era voar? O enterro de pobre, "triste menos pela morte e mais pela vida"? Ou o álbum de fotos, cheio de recordações não se sabe de quem? Cada uma destas histórias é maravilhosa por mostrar não o inusitado, não o inesperado, mas justamente aquilo com estamos acostumados a ver todos os dias. E que, surpreendentemente, ainda é capaz de gerar encanto.

"Se de perto ninguém é normal, de perto ninguém é herói. [...]
Um ser humano, qualquer um, é infinitamente mais complexo e fascinante
 do que o mais celebrado herói."
Sobre a melhor profissão do mundo - Eliane Brum

Este é um livro para aqueles que procuram se surpreender. É um livro para aqueles que estão cansados de histórias de amor, ou de crimes, ou magia e aventura. É um livro cheio de realidade, para quem gosta de encarar o mundo de frente. E é nada mais nada menos do que incrível.

Por: Lethycia Dias

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