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Resenha: Quatro vidas de um cachorro
"Esta é a inesquecível história de um cão que - após renascer várias vezes - imagina que haja uma razão para seu retorno, um propósito a cumprir, e que, enquanto não o alcançar, continuará renascendo. Narrado pelo próprio animal, Quatro vidas de um cachorro aborda a questão mais básica da vida: Por que estamos aqui? Emocionante e com boas doses de humor, Quatro vidas de um cachorro é um livro para todas as idades, que mostra o olhar de um cão sobre o relacionamento entre as pessoas e os laços eternos entre os seres humanos e seus animais. Se você gostou de Marley e Eu, vai adorar esta aventura que agora ganha as telas do cinema."

Autor: W. Bruce Cameron
Gênero: Drama
Número de páginas: 288
Local e data de publicação: Rio de Janeiro, 2016
Tradução: Regina Lyra
Editora: Harper Collins

O amor incondicional que os animais têm pela gente


Já no fim da minha estadia em Fortaleza, quando visitamos uma livraria em um shopping, minha prima comprou este livro, acredito que pela curiosidade devido à grande divulgação que o filme vem tendo ultimamente. E ela, que não tem um hábito assim tão grande de ler, terminou o livro em apenas um dia, o que me fez ficar impressionada. Devia ser o tipo de livro que prende a gente e que nos deixa doidos pra saber o final! Então eu pedi emprestado a ela, e em apenas um dia de leitura tive a certeza de que não estava errada! Que livro maravilhoso!
Em Quatro vidas de um cachorro, somos apresentados a um cão que, por algum motivo, têm a oportunidade de viver várias vidas, conservando a memória de suas vidas passadas. E ao se dar conta disso, ele começa a se questionar sobre o fato de estar vivendo novamente. Por que ele teve essa chance? Por que estaria começando tudo de novo? Por que ele não podia simplesmente chegar ao fim da vida e ver tudo se acabar, como parece acontecer com outros cães e outros seres vivos em geral? É então que ele passar a acreditar que possui um propósito, uma missão a cumprir.
Um vira-lata nascido na rua e resgatado por pessoas que possuem um abrigo para cães; um golden retriver que integra uma família repleta de amor e união; um cão policial, treinado para procurar e resgatar pessoas; um cão abandonado que se depara com cheiros e paisagens familiares em meio a uma estrada deserta. O que todos eles têm em comum é o fato de serem o mesmo cão, em quatro vidas diferentes. Em sua vida como animal de estimação, quando foi chamado de Bailey, ele descobriu o que era amar e ser amado por pessoas, pertencer a um lar, fazer companhia para seres humanos, ser parte da vida de alguém. E, embora Bailey tenha aprendido novas coisas em suas vidas seguintes, essa lição foi a mais marcante de todas.
Vivendo cada dia de uma vez em um mundo muitas vezes cruel para os animais, Bailey observa e relata as vidas dos seres humanos que o cercam e, ao mesmo tempo, tenta descobrir qual seria o seu propósito. Quando era um vira-lata e se chamava Tobby, sua função era viver no pátio junto aos outros cães, e esperar pelo carinho de seus cuidadores; quando era Bailey, o golden retriver, sua função era acompanhar seu menino, Ethan Montgomery; quando era Ellie, uma fêmea de pastor alemão, sua função era identificar cheiros, rastreá-los e mostrar o que encontrou; e por fim, como Amigão, ele finalmente descobriu o que a vida esperava dele. Mas, em todas as suas vidas, este cão viveu intensamente o amor que estes animais têm por nós, seres humanos.

Resenha: Quatro vidas de um cachorro
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"Por que eu voltara a ser um filhote? Por que essa sensação insistente de que,
como cachorro, havia alguma coisa que eu precisava fazer?"
Página 44

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista do próprio cachorro, que prefiro identificar como Bailey, pois esta foi a vida mais significativa que ele viveu. Bailey é, acima de tudo, um cachorro apaixonado pela vida e pelos seres humanos. Seja como Tobby, Bailey, Ellie ou Amigão, este cachorro é uma criatura extremamente sensível e inteligente, que à sua maneira procura compreender a vida do mesmo jeito que nós, humanos, também tentamos compreendê-la. Sem o "auxílio" de uma religião ou filosofia, ele conta apenas com as coisas que aprendeu em suas diversas vidas e que vão guiá-lo até o propósito.
A narrativa do livro é muito divertida, repleta de bom-humor. Como um cão, Bailey tem seu próprio jeito de compreender o mundo e as pessoas. Cães são o melhor animal que um humano pode ter, isso é indiscutível; é claro que a comida dos humanos é melhor do que a ração, todo mundo sabe disso; banho é sempre horrível, mas pular numa piscina ou num lago é maravilhoso; passear de carro sempre é divertido! Acredito que a visão de mundo de Bailey pode ser compreendida por qualquer pessoa que já teve um cachorro algum dia. Apesar de preferir gatos, eu sempre tive um cachorro em casa, e foi muito interessante ver os pensamentos de Bailey e reconhecê-los no comportamento dos meus próprios cães.
É muito importante ler esse livro lembrando de que, apesar de ser um personagem inteligente, com seus próprios pensamentos, Bailey é um cão doméstico, e vive numa época em que os seres humanos há muito tempo vivem como a espécie dominante. Em certas passagens do livro, fica bastante explícito o quanto os seres humanos têm poder sobre o mundo e principalmente sobre animais domésticos, como os cachorros. É por isso que, de uma forma ou de outra, a vida de Bailey gira em torno dos seres humanos. Até nos momentos em que ele é um cão sem dono, seu destino pertence às pessoas que cruzam seu caminho, que podem lhe fazer bem ou mal. Essa é uma reflexão muito importante que o livro desperta.
Mas o aspecto mais importante do livro é, com certeza, o do amor entre animais e humanos (embora nem todos os personagens humanos da história sejam amantes de cães). E ver esse amor pelos olhos de um cachorro é uma coisa impressionante e muito diferente de tudo que eu já vi na literatura. Para um cão estar feliz não é preciso muita coisa. Às vezes, só basta estar ao lado de seu dono, latir para ele e receber seu carinho. Eles não precisam de muito além disso. E enquanto nós nos preocupamos com a raça, o tamanho, a cor, as condições físicas do animal e se ele nos dá trabalho ou não, eles não exigem muito de nós para nos darem seu amor. Tudo isso fica bem claro ao longo do livro inteiro, mas principalmente quando o cão vive como Bailey.
O livro é extremamente emocionante em diversos aspectos. Não só por tratar da relação entre pessoas e seus animais de estimação, mas também por tratar de questões que fazem parte da nossa vida a todo momento. Enquanto é um golden retriver, Bailey consegue acompanhar o crescimento e desenvolvimento de Ethan e das pessoas que o cercam, desde quando ele é um menino até o início de sua vida adulta. As relações entre as pessoas também estão aqui, embora de forma um tanto superficial, pois um cachorro não poderia compreender todas as esferas de nossas vidas; como diz Bailey, "os humanos são muito complexos". A dificuldade de lidar com a morte também está presente. Bailey vê pessoas e outros animais morrerem, e vê também sua própria morte; e nós nunca sabemos como vamos nos sentir quando alguém nos deixa. E, ao longo de todo o livro, está a famosa questão: "Por que estamos aqui?". É o que Bailey busca. No final ele encontra sua resposta da maneira mais bonita possível.
Eu recomendo esse para quem gosta de cães, para quem gosta de animais em geral, para quem procura por um livro de leitura fácil e rápida, e para quem gosta de histórias tocantes. Eu garanto que, em algum momento, você vai chorar!

Avaliação geral:

Onde comprar:

Aspectos positivos: retrata de forma emocionante a relação entre pessoas e animais de estimação; por apresentar o ponto de vista de um animal, desperta reflexões sobre como o ser humano influencia as vidas de animais domésticos; o final é impressionante.
Não há aspecto negativo a ser destacado

Por: Lethycia Dias

4 Comentários

  1. Se quase chorei lendo a resenha, imagina com o livro! Eu quero muito ler!! Já fiquei curiosa. E que falta eu sinto de ter um cachorrinho!! Sempre tive cachorro, cresci cercada por cães e infelizmente quando mudei para Jundiaí não pude trazer o Totó e o Floquinho, e morro de saudade deles todo dia, mas seria judiar demais dos dois, que estavam acostumados a ficar soltos e correndo o dia todo num clima quente e num quintal enorme e trancá-los num apartamento, sozinhos o dia inteiro numa cidade que faz bastante frio. Infelizmente meus pais não quiseram mudar para uma casa, condomínio aqui é muito caro e casa na rua não é seguro. Além disso, não teria um quintal tão grande, jamais poderia pagar por uma casa do tamanho daquela do Maranhão aqui em São Paulo. Mas que falta eu sinto dos meus cachorrinhos... De todos aqueles que já morreram (maldito mosquito que transmite leishmaniose), daqueles que não puderam vir comigo... E como eu queria ter um cachorro...

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    Respostas
    1. Nossa, que amor saber que consegui emocionar alguém com a resenha! Vim reler alguns trechos, fiquei lembrando de partes da história e me arrepiei toda só de pensar!
      É muito triste ter que deixar um bichinho pra trás, né? Quando meus pais se separaram, eu perdi os gatos que tinha naquela época, porque fomos morar de favor na casa da minha avó e ela não gosta de bichos. Ela tolera cães, mas detesta gatos. Foi muito triste, sinto muita falta deles... Então imagino como você deve ter saudade deles Também acho que eles teriam sofrido com a redução de espaço, os bichinhos se acostumam, e eles não entendem uma mudança de casa como nós entendemos, né?
      Sinto muita falta também do Michael, o cachorro do meu pai. Eu nunca fui muito carinhosa com ele, mas era um cachorro tão bonzinho, e fazia parte da nossa vida. Foi o animal que tivemos por mais tempo, 9 anos! Mesmo que eu visse ele só nas férias, era muito legal ter ele por perto, e a casa do meu pai parece mais vazia sem ele lá... :'(
      Voltando ao livro, eu recomendo muito, ele é maravilhoso. Mas prepare o lencinho, porque não tem como não se emocionar!

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  2. Olá.

    Adorei sua resenha! Estou super curiosa com esse livro. O fato de ser contato no ponto de vista do cachorro me deixa ainda mais curiosa. Eu tenho uma cachorrinha e às vezes eu gostaria de saber as coisas por ela rs. Com certeza vou ler o mais rápido possível!

    *Não conhecia seu blog, mas já estou seguindo. :D
    Beijos, * Blog PS Amo Leitura *

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    Respostas
    1. Olá, que coisa boa! Fico muito feliz que você tenha gostado tanto da resenha!
      Eu também tava muito curiosa com o livro, e acabei gostando bastante. Acho que é o tipo de livro que todo mundo acaba adorando! <3

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