Confira!

O post de hoje não traz novidades (afinal, falaremos de algo que aconteceu há quase dois meses), e também não traz opiniões. O que teremos aqui será uma espécie de homenagem a uma garotinha muito especial. Seu nome? Maria Eduarda Balduíno. Ela tem apenas 11 anos e é um exemplo para todos nós.
Quando falamos sobre como temos que nos esforçar para realizar nossos sonhos (acreditando sempre em nós mesmos, confiando em nossa capacidade), o objetivo é nos sentir esperançosos, mas às vezes acabamos sentindo a necessidade de procurar por exemplos que nos possam servir de inspiração. Cada um acaba encontrando aquele que lhe servirá de espelho (ou não), mas o importante é conseguirmos, nós mesmos, alcançar aquilo que desejamos.

Por que falar disso tudo, Lethycia?

Simplesmente porque o motivo pelo qual escrevo aqui é porque acredito que posso incentivar outras pessoas a buscarem aquilo que desejam. Em um post anterior, onde falo sobre minha experiência com a escrita, falei do quanto acreditava - ou melhor, acredito - no meu sonho de me tornar escritora. Não o realizei ainda, mas minhas esperanças são muitas.
O texto deu bastante repercussão, e me dei conta do quanto as pessoas se sentiram tocadas pela minha iniciativa, ao me elogiar e compartilhar comigo suas próprias experiências e sonhos. E por isso estou aqui hoje: para falar de uma menina que acreditou!

A jovem escritora


O Sapo Coragem, primeiro livro de Maria Eduarda Balduíno,
escrito pela menina aos sete anos.
No dia 22 de maio deste ano, Maria Eduarda Balduíno publicou seu segundo livro, com direito a autógrafos e tudo. A cerimônia aconteceu no teatro de Sobradinho (Distrito Federal), e reuniu a população local, além de professores e muitas crianças que já a admiram. Conforme matéria publicada no site do G1/DF, Sapo Coragem na igreja é uma história escrita para crianças, e tem animais como personagens, com o objetivo de propor reflexão.
A publicação anterior, intitulada apenas como Sapo Coragem, é sobre a amizade, e foi escrito quando ela tinha sete anos. Em entrevista ao jornal local, a menina afirmou que sua próxima história será sobre as drogas. Sua mãe, Socorro Santos, afirmou que a filha sempre foi precoce, mas mesmo assim se surpreende com os temas que ela escolhe para suas histórias, atribuindo-os à grande sensibilidade da menina.*


Sapo Coragem na igreja, segundo livro escrito por Maria Eduarda,
fala de Deus através de animais.





















Como me lembro de Maria Eduarda há cinco anos


Em 2010, quando contava com 13 anos, estudei por algum tempo na Sala de Recursos, especializada no atendimento a alunos com altas habilidades (conhecidos como superdotados). Eu havia sido diagnosticada naquele mesmo ano, e recebia atendimento especial uma vez por semana. Ali, desenvolvia meu potencial naquilo que - sem modéstia - sempre fiz de melhor: escrever. Eu gostava muito de estudar na Sala de Recursos.
No mês de setembro daquele ano, viajei com professores e alunos da Sala de Recursos para Curitiba, onde permaneceríamos durante uma semana para participar de um Congresso Internacional de Altas Habilidades e Superdotação. Meus colegas, que eram atendidos pela Sala de Recursos há mais tempo, já tinham projetos desenvolvidos que pretendiam apresentar no Congresso; eu, sem nada planejado, ia como mera espectadora. E devo admitir: foi uma das semanas mais incríveis que já vivi.
Durante aqueles poucos dias longe de casa e sem meus pais, conheci aquela garotinha especial e sensível, que me fazia lembrar de mim mesma quando era só uma menina. Olhando para a Duda de cinco anos, que falava bastante seu livro Sapo Coragem, eu me lembrava da Lethycia de alguns anos atrás, que pegava folhas de papel A4 para escrever suas próprias histórias, fazendo também suas próprias ilustrações, a Lethycia que sonhava em escrever livros, a Lethycia que já sabia o que queria fazer durante o resto de sua vida. Maria Eduarda era minha versão mais jovem.
Uma menia sensível e muito precoce. Esperta, como se deve esperar de alguém com altas habilidades, e com uma mãe que acreditava em seu potencial e a incentivava a se dedicar à escrita, que era o que ela mais gostava. Essa é a Duda de que me lembro, e não duvido que hoje ela ainda seja assim. Mais madura, é claro, mas ainda uma menina especial.
Ao longo daquela semana conheci bem os meus outros colegas da Sala de Recursos, cada um destacando-se à sua maneira, com aquilo de que mais gostava. Eu me sentia meio tímida diante deles. A Lethycia que havia sido desencorajada por muitas pessoas; a Lethycia que já havia pensado em desistir de ser escritora; a Lethycia que ficava envergonhada para falar em público; a Lethycia que, ao sobrevoar Brasília na ida para uma cidade estranha (viajando de avião pela primeira vez) escreveu um poema sobre as belezas do Cerrado. Entretanto, aqueles dias longe de casa e dos meus pais jamais saíram da minha memória.

Sobre acreditar nos nossos sonhos


Cinco anos se passaram, e aqui estou eu, em frente ao meu computador. Maior de idade, e cursando Jornalismo numa universidade pública, um tanto afastada da escrita devido à minha própria pouca dedicação (não vou dar a desculpa da falta de tempo, pois na verdade me tornei uma grande procrastinadora), mas ainda acreditando que uma dia verei um exemplar com meu nome da prateleira de uma livraria qualquer. Quanto tempo levará? Não sei. Cada coisa acontece no tempo que lhe é devido, e não pouparei esforços para realizar meu grande sonho.
Hoje, afastada de Sobradinho, minha cidade natal, e mantendo apenas o contato virtual com meus antigos professores da Sala de Recursos (além de alguns colegas queridos), eu me lembro com carinho daquela semana de muito frio em Curitiba. Não me ressinto por ter, de certa forma, deixado a escrita para depois - afinal, nem tudo nas nossas vidas acontece como esperamos - mas ao contrário, eu acredito que tudo aconteceu como devia.
Maria Eduarda, a menina tão sensível que conheci naquela época e que hoje é admirada por crianças em escolas de Sobradinho (onde, aliás, há uma biblioteca com seu nome) é para mim uma fonte de inspiração, e tenho certeza de que será o mesmo para outras pessoas. Me senti muito alegre ao saber - embora tardiamente - sobre a publicação de seu segundo livro. Desejo apenas que ela publique ainda muitos, e que se sinta a cada dia mais realizada com a escrita.
E para aqueles que estão lendo esse post, tenho um outro desejo: que acreditem em si mesmos, em seus desejos, suas aspirações, suas capacidades. Quando o fazemos, somos mais felizes.

Por: Lethycia Dias

*O trecho destacado é uma paráfrase da matéria publicada no site do G1/DF.

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