Confira!


A Blogagem Coletiva do mês da março na Liga Blogesfera está simplesmente linda, toda voltada para o Dia Internacional da Mulher, que é amanhã. E o tema para blogs literários não poderia ser melhor! É por isso que preparei esse post com o maior capricho, e com toda a alegria. Eu precisei de uma boa preparação para consultar todas as minhas lembranças de livros lidos, a fim de poder organizar os diferentes tópicos desse post.
Por favor, encare a lista abaixo como uma recomendação de leituras maravilhosas:


Livros com mulheres fortes


1- Harry Potter - J. K. Rowling:


É claro que eu precisava começar por aqui. Harry Potter é a saga de livros que eu amo de paixão, e eu não poderia deixar de citar a minha queridinha da série, a Hermione. Além de ser a melhor amiga do Harry, e de ser, é claro, uma aluna muito inteligente e uma bruxa extremamente talentosa, Hermione é também uma pessoa com grande consciência social e política. Vale lembrar de sua preocupação com os elfos domésticos, ao criar a Fundação de Apoio à Libertação dos Elfos Domésticos (F.A.L.E.)
Obs.: Este acontecimento é referente aos livros, não aos filmes.

2- Memorial de Maria Moura - Rachel de Queiroz:


No livro, a personagem principal é a Maria Moura, uma jovem cuja mãe foi assassinada pelo seu padrasto, de forma que a morte parecesse suicídio. Ela sabe que o marido da mãe tentará matá-la também, para receber as terras de sua herança. Para se proteger, ela mesma o mata; posteriormente, ela precisa se defender de primos que também têm interesse em suas terras, e reúne os capatazes da fazenda numa espécie de exército próprio, que sempre seguem suas ordens.

3- As Crônicas de Gelo e Fogo - George R. R. Martin:


A obra de George R. R. Martin tem várias representantes da força feminina. Posso citar as mulheres guerreiras: Ygritte; Briene de Tarth; Merra Reed; Arya Stark; Arianne Martel; Obara, Nymeria, Tyene e Sarella Sand; Asha Greyjoy; entre outras. Algumas destacam-se pelos esforços da maternidade, como Catelyn Tully, que fez de tudo pelos filhos. Outras, por não aceitar as imposições sociais, como Cersei Lannister. E ainda há aquelas que se destacam na luta pelo Trono de Ferro, com Daenerys Targaryen.
Obs.: na série, a personagem Asha tem o nome de Yara Greyjoy, para evitar confusões com o nome da personagem Osha.

4- Caixa de Pássaros - Josh Malerman:

Em Caixa de Pássaros, a protagonista Malorie vive sozinha com duas crianças em um mundo arrasado por uma pandemia mundial, que faz com que as pessoas tenham surtos de violência e loucura, destruindo coisas, matando outras pessoas e a si mesmas. E tudo isso é causado por algo que a pessoa viu, e que ninguém sabe dizer o que é, porque ninguém conseguiu escapar dos surtos. Dessa forma, os sobreviventes são forçados e manter fechadas as portas de suas casas e tampar as janelas, além de sempre usar vendas nos olhos. Malorie cria duas crianças nesse mundo devastado, treinando-as para estarem atentas aos menores ruídos, e para resistirem no momento mais difícil de suas vidas, que será quando elas sairão da casa onde vivem, para viajar em direção a um lugar seguro. A forma que Malorie cria os filhos pode parecer incômoda para algumas pessoas, mas acredito que ela fez o melhor que podia para sobreviver numa situação extrema.

5- O Tempo e o Vento - Erico Verissimo:


Na sua obra mais famosa, O tempo e o vento, Erico Verissimo cria várias personagens femininas fortes. Vamos citar algumas delas.
No início da história, no século XVII, Ana Terra vê os castelhanos invadirem a estância (fazenda) de sua família. Ela já havia perdido a mãe, e nesse episódio, perde também o pai e um dos irmãos. Sua cunhada, sua sobrinha e seu filho ficam escondidos na plantação, enquanto ela permanece na casa para "distrair" os invasores. Lá, ela é agredida e violentada por vários homens. Quando tudo passa, ela retoma o controle da situação e lidera o que restou de sua família em direção a um destino novo, abandonando a estância destruída. Com o passar do tempo, ela se torna uma das mulheres mais respeitadas do povoado de Santa Fé.
A neta dela, Bibiana Terra, casa-se por amor com o mulherengo Capitão Rodrigo, que não consegue largar a vida boêmia. Ele a trai frequentemente com várias mulheres, e sequer aparece em casa para ver a filha doente morrendo, mas ela o ama muito e nunca se queixou de suas canalhices. Ela vê o marido, e mais tarde, o filho morrendo em conflitos armados, e na velhice suporta um cerco ao Sobrado, o casarão da família Cambará. Durante toda a vida, ela é uma mulher cheia de sabedoria.
Outra personagem incrível dessa obra é Maria Valéria, a tia solteirona do Dr. Rodrigo, que comanda o Sobrado com punhos de ferro, e no ano de 1945, é ela quem vai colaborar com Floriano quando ele decide escrever a história da família, mostrando-lhe alguns tesouros do passado, como um velho crucifixo de madeira pertencente aos Terra.

6- A Cidade do Sol - Kaled Hosseini:


Em A cidade do sol, Kaled Hosseini nos leva a conhecer a condição feminina em países islâmicos, em especial o Afeganistão. Na história, conhecemos Mariam e Laila, duas mulheres com 18 anos de diferença, esposas de Rashid, um homem com mais de setenta anos, violento e cruel. Mariam começou a ser maltratada por ele após várias gravidezes mal-sucedidas; enquanto Laila, mais tarde, foi forçada a casar-se com ele para poder sobreviver. Em uma cultura que prega a submissão da mulher, e submetidas ao regime ditatorial do Talibã, que reduziu ainda mais a liberdade feminina no país, Mariam e Laila se uniram para se defender do marido que odiavam.

 7- Terras do Sem Fim - Jorge Amado:


Em Terras do sem fim, o bahiano Jorge Amado descreve as disputas entre fazendeiros que cultivam Cacau, no interior da Bahia. Na história, acontece uma verdadeira guerra entre dois grandes fazendeiros, por causa de um pedaço de mata que é considerado como a terra mais fértil da região, que ambos desejam desmatar para ampliar suas terras. Quando a fazenda dos Badaró é invadida, a filho do senhor daquelas terras, Ana Badaró, esconde-se no sótão, com uma arma nas mãos. Antes de fugir montando um cavalo, sã e salva, ela mata um dos invasores, sem sequer demonstrar medo.

8- Incidente em Antares - Erico Verissimo:


Nessa história, a cidade de Antares, no Rio Grande do Sul, enfrenta uma greve geral em diversos setores industriais e de serviços. Até os coveiros da cidade decidem parar, e é aí que começa o conflito, pois durante a greve, sete pessoas morrem, inclusive Dona Quitéria Campolargo, a matriarca de uma família riquíssima. Por não serem enterrados, os mortos se levantam, e caminham do cemitério em direção à cidade para perturbar os vivos. Enquanto viva, Dona Quitéria comandava a produção da fazenda a família, e depois de morta, tem participação muito importante na "rebelião" dos cadáveres.

 9- Mulheres que Mudaram o Mundo - Gabriel Chalita


Em Mulheres que mudaram o mundo, Gabriel Chalita nos conta de forma resumida a biografia de diversas mulheres cujas trajetórias de vida fizeram a diferença no mundo e na vida das pessoas. Entre elas, merecem destaque: a cientista Marrie Currie, primeira mulher a receber um Prêmio Nobel, e também primeira pessoa a recebê-lo duas vezes (Química e Física), e descobriu dois elementos químicos, o Polônio e o Rádio; Anne Sullivan, que ensinou uma menina com deficiências auditiva a se comunicar, e também possibilitou que ela pudesse estudar como uma pessoa comum; Madre Teresa de Calcutá, pelo trabalho voluntário em favor das pessoas pobres na Índia; e Simone Beauvoir, pela sua contribuição na pelos direitos das mulheres.

10 - Eu Sou Malala - Malala Yousafzai:


Eu não li o livro com a biografia de Malala Yousafzai, mas sei de uma coisa: em 2012, um homem tentou assassiná-la com três tiros enquanto ela se dirigia à escola, porque no Paquistão, seu país de origem, há pessoas que acreditam que mulheres não têm direito de estudar. Depois de se recuperar do atentado, Malala tornou-se uma ativista em prol dos direitos humanos e dos direitos das mulheres, e em 2014 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Este livro está na minha lista de desejados desde quando foi lançado.
Caso você tenha se espantado com isso, pesquise um pouco sobre os direitos das mulheres no mundo, e descubra, por exemplo, que:
  • No Brasil, mulheres passaram a ter direito à educação básica em 1827; o direito ao ensino superior surgiu em 1879, mas as mulheres que iam para a Universidade eram duramente criticadas pela sociedade. Ainda hoje, a sociedade reprova o fato de uma mulher se preocupar mais com os estudos e a carreira profissional do que com a família, o casamento ou a maternidade.


Enfim, esses foram alguns livros dos quais me lembrei, e tenho certeza de que você precisa conhecê-los. Agora, vou falar um pouquinho sobre o desafio Eu e as Mulheres da Literatura. Trata-se de um desafio criado pelo blog Queria Estar Lendo, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, e que deve se prolongar por todo o mês de março:

Banner oficial do desafio. Fonte: Reprodução. Queria Estar Lendo.
O desafio pode ser respondido pelo blog, facebook, instagram, twitter, e qualquer oura rede social, desde se use a hashtag MulheresdaLiteratura. Desde ontem, estou participando através de postagens na fanpage do blog e no meu instagram (siga @lethyd para ficar por dentro). Para cada dia do mês, existe um tema diferente:

1- O primeiro livro escrito por uma mulher que você leu;
2- O seu livro preferido escrito por uma mulher;
3- O seu livro preferido protagonizado por uma mulher;
4- Sua autora preferida;
5- Um livro com uma amizade forte entre mulheres;
6- Um livro com uma heroína que salva a si mesma;
7- Um livro com uma heroína que não tem medo de armas;
8- Um livro de romance escrito por uma mulher;
9- Um livro de romance policial escrito por uma mulher;
10- Um livro de fantasia escrito por uma mulher;
11- Um livro sobrenatural/sci-fi escrito por uma mulher;
12- Um livro de terror escrito por uma mulher;
13- Um livro com a mocinha na capa;
14- Um livro com uma heroína que não se conforma em ser o que esperam dela;
15- Um livro escrito por duas (ou mais) mulheres;
16- Um livro com a sua heroína preferia;
17- Uma autora que te inspira;
18- Um livro com uma heroína na qual você se espelha;
19- Um livro com uma heroína que as meninas deveriam conhecer desde novas;
20- Um livro com uma protagonista que você não esperava ser tão forte quanto foi;
21- Um livro com uma heroína que você começou odiando e terminou amando;
22- Um livro onde a heroína salva o herói;
23- Um livro com uma mulher transsexual;
24- Um livro com uma mulher homossexual/bissexual;
25- Um livro com uma mulher feminina que seja uma figura de poder;
26- Um livro com uma mulher que escolheu a família;
27- Um livro com a melhor vilã;
28- Um livro com uma protagonista negra;
29- Um livro com uma protagonista que superou abusos físicos e/ou emocionais;
30- Um livro com uma protagonista que não queria salvar o mundo;
31- Um livro com uma personagem feminina (ou a autora) que represente o que é ser mulher pra você.

Essas são os temas, e a cada dia estarei me superando, mostrando a vocês livros que se encaixem nesses critérios. Basta acompanhar a fanpage e o instagram!
Além disso, se você gostou do desafio, pode também participar de um outro projeto muito legal, o Leia Mulheres. O projeto, ou desafio, foi criado em 2014 pela escritora Joanna Walsh, com o nome original #readwomen2014, e foi adaptado para o Brasil. Não existe data para começar e nem para terminar, e objetivo que façamos uma reavaliação de nossas preferências literários, priorizando a leitura de livros escritos por mulheres. Sinta-se à vontade para participar!

E então? Você conhecia algum desses livros que citei? Está participando do Eu e as Mulheres da Literatura, ou do Leia Mulheres? Conta pra mim nos comentários!


6 Comentários

  1. Olá!!
    Adorei a TAG e o projeto. Sensacionais! Quero participar.

    Beijão
    Leitora Cretina

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    Respostas
    1. Fico feliz que tenha gostado. Na verdade não é uma TAG, é uma inspiração para posts, definida mensalmente por um grupo que participo. Entre para o desafio, eu to adorando!

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  2. Eu amei seu post!! Confesso que já tinha lido ontem mas não tive tempo de comentar... Foi muito bem lembrado Mariam e Laila, duas mulheres que merecem ser lembradas!! Estou acompanhando aTAG, só não participo porque está bem complicado arranjar tempo para fazer... Feliz dia internacional da mulher, e que você contribua muito com nossas conquistas pelo seu poder de comunicação!!

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    Respostas
    1. Oi! Obrigada! Fico feliz que tenha gostado. Eu não pude deixar de citar a Mariam e a Laila, a resistência delas foi muito grande, e a leitura desse livro marcou meu amadurecimento como leitora. A TAG está maravilhosa, é uma pena que você não esteja participando. Mas confesso que só estou conseguindo graças às "férias" da faculdade.

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  3. Bom post. Boas indicações de leitura, tenho certeza.

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