"Este livro é uma das mais famosas obras-primas da literatura universal destinada ao público infantil. Alice no País das Maravilhas (1856) são fantasias oníricas e lúdicas sobre a realidade e a linguagem. Explorando a aparente ausência de sentido em sentenças gramaticalmente corretas, Lewis Carroll foi um dos pioneiros na pesquisa de uma nova ciência do discurso, por meio da simbolização. Aparentemente destinada às crianças, na verdade oculta questionamentos de toda espécie, lógicos ou semânticos, problemas psicológicos de identidade e até políticos, tudo sob a capa de aventuras fantásticas. Esta edição apresenta as famosas ilustrações originais, criadas por John Tenniel."
Autor: Lewis Carroll
Gênero: Infantil
Número de páginas: 150
Tradução: Maria Feriotti Meira
Ilustrações: John Tenniel
Editora: Martin Claret
*Informações adicionais: edição de bolso
Autor: Lewis Carroll
Gênero: Infantil
Número de páginas: 150
Tradução: Maria Feriotti Meira
Ilustrações: John Tenniel
Editora: Martin Claret
*Informações adicionais: edição de bolso
Atrás do Coelho Branco
Você com certeza já deve ter ouvido falar de Alice, a menina que de uma hora pra outra vai parar em um lugar fantástico, onde animais falam e se comportam como humanos, onde seres de aparência antropomórfica, onde uma lagarta filosofa enquanto fuma narguilé, onde uma rainha louca tem a mania de decapitar seus súditos.
Eu já havia assistido ao filme do Tim Burton, e me lembro vagamente ter visto trechos da animação antiga da Disney. E também já havia lido uma adaptação, Mas eu tinha muita vontade de ler o livro com texto integral (ainda que traduzido), para conhecer e compreender melhor essa história.
Foi esta a edição que eu li. Fonte: Reprodução. Clube do Resumo. |
Podemos resumir a história dizendo o seguinte: Alice está com sua irmã à beira de um rio, quando vê um coelho passando diante dela, dizendo que estava atrasado. Ele entra em uma grande toca, grande o suficiente para que a menina o seguisse, entrando ali também. A partir daí, Alice se vê em uma aventura cada vez mais estranha e sem muito sentido, conversando com animais, ficando mais alta e mais baixa, e disputando uma partida de croquet com a rainha e sua corte, e ainda comparecendo a um julgamento.
Alice não entende muito bem o "funcionamento" desse mundo louco, e está sempre se questionando sobre diversas coisas, e também não se dá muito bem com os seres que encontra pelo caminho.
"Sabe, é que havia acontecido tanta coisa diferente ultimamente,
que Alice já começava a pensar que pouquíssimas coisas eram realmente impossíveis."
Capítulo 1 - Página 20.
Foto compartilhada no meu Instagram durante a leitura. |
A leitura foi contraditória para mim. Quando terminei, tive sérias dúvidas sobre como sairia a resenha, e cheguei mesmo a cogitar a ideia de não resenhá-lo. Vou explicar os meus motivos para isso.
A leitura trouxe todo aquele encanto que os livros infantis nos trazem. Em histórias escritas para crianças, não é necessário fazer sentido. Histórias para crianças têm essa liberdade de nos trazer mundos diferentes, em que tudo pode acontecer; animais podem falar, e cartas de baralho podem ter mãos, pés e cabeça. Conversas estranhas podem ser divertidas, e o personagem pode ter vontade de preferir viver ali, ao invés de voltar para o "mundo real". Eu adoro livros assim, e sempre fico alegre de ler um. E com Alice, é claro, não foi diferente.
Também fiquei muito impressionada com as ilustrações e a própria diagramação do livro. A história não contém somente texto narrativo-descritivo e diálogos. Também estão incluídos alguns poemas. Um deles, quando Rato conta para Alice o motivo de não gostar nem gatos e nem de cães, está diagramado imitando o formato de uma cauda de rato (o que eu achei muito interessante). Também gostei muito das ilustrações. Na outra edição que li, as ilustrações eram diferentes, e adorei essas! Depois de terminar a leitura, descobri que são reproduções das ilustrações originais feitas por John Teniel, quando o livro foi publicado pela primeira vez, há 150 anos! Isso com certeza é um mérito para a edição.
Confira as ilustrações e a diagramação. Foto compartilhada no meu Instagram durante a leitura. |
Entretanto, algumas coisas me desagradaram. Dizem que Alice no País das Maravilhas, apesar de ser uma história infantil, disfarça jogos de palavras, desafios matemáticos e críticas sociais. Eu não identifiquei nada disso, além do famoso enigma da semelhança entre um corvo e uma escrivaninha. Senti muita falta de notas explicativas que falassem sobre isso, ou mesmo de alguma espécie de texto de apoio sobre esse aspecto do livro.
Outra coisa que me decepcionou foi quanto à mini-biografia do autor, que vem em seguida à história. Fala-se da vida de Lewis Carroll, mas não existe um só palavra sobre sua figura controversa. Alguns biógrafos e estudiosos afirmam que ele seria pedófilo, pois "gostava muito de crianças" e mantinha grande proximidade com elas, especialmente com as três irmãs Lidell, filhas de um amigo, sendo a irmã do meio Alice Lidell, que inspirou a personagem Alice. Outro fato suspeito é que ele gostava de fotografar e desenhar crianças nuas (com a permissão dos pais das crianças). Quando esteve perto da morte, ele teria se arrependido e feito com que muitos desses desenhos e fotografias fossem destruídos ou devolvidos para as crianças retratadas e suas famílias. Entretanto, ainda é possível encontrar algumas dessas imagens. Apesar disso, as suspeitas de pedofilia nunca foram provadas, e existem estudiosos que negam todas essas afirmações. Portanto, não é possível ter certeza. Apesar de nada ser comprovado, eu senti falta disso no texto sobre ele, e acho que teria sido interessante que a editora informasse isso ao leitor.
Sem falar, é claro, que essa capa é muito feia! Comprei o livro em um sebo, porque estava barato, e porque eu vou muito naquela onda de "não ligo para a aparência, o que me importa é poder ler", mas depois fiquei achando que podia pelo menos ter procurado algo diferente. A editora Martin Claret tem vários livros com capas muito bonitas, que eu inclusive já mostrei aqui no blog.
Sem falar, é claro, que essa capa é muito feia! Comprei o livro em um sebo, porque estava barato, e porque eu vou muito naquela onda de "não ligo para a aparência, o que me importa é poder ler", mas depois fiquei achando que podia pelo menos ter procurado algo diferente. A editora Martin Claret tem vários livros com capas muito bonitas, que eu inclusive já mostrei aqui no blog.
Outros livros que tenho da Editora Martin Claret. |
É claro que gostei da história. Acredito apenas que escolhi a edição errada. Talvez alguma mais completa, com um bom texto de apresentação, traga as coisas das quais senti falta, e me agrade mais.
Eu também havia avisado que estaria participando do projeto de leitura coletiva Lendo Alice, da Lívia Santana. Por estar lendo uma edição bem curta e simplificada, acabei lendo bem rápido, e não consegui "me segurar" para acompanhar o diário de leitura dela. Mas se você quiser, ainda pode participar! Não se esqueça de postar suas fotos do livro usando a hashtag #LendoAlice.
Aspecto positivo: a história é simples, curta e cativante; a edição mantém as ilustrações originais feitas por John Teniel e tem excelente diagramação.
Aspecto negativo: senti falta de um texto de apoio sobre a obra, e de mais informações sobre o autor.
Por: Lethycia Dias
Olá! Que linda resenha, de certa forma me motivou a voltar a e ler grandes clássicos rs adorei seu blog e já estou seguindo :)
ResponderExcluirhttp://livrosmaslivros.blogspot.com.br/
Olá, Guilherme! Fico muito feliz que tenha gostado. Cada comentário como o seu me incentiva a continuar!
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