"Sam e Dean Winchester conhecem todos os segredos que John Winchester guardou em seu diário. Agora você vai saber também. No dia 2 de novembro de 1983, Sam e Dean Winchester perderam a mãe, morta por uma força demoníaca sobrenatural. Após a tragédia, o pai deles, John decidiu aprender tudo que podia sobre as criaturas malignas que vivem nos cantos sombrios e nas estradas mais longínquas dos Estados Unidos. Jonh Winchester reuniu em seu diário lendas, folclores, e superstições sobre inúmeros inimigos do outro mundo, mas também relatou suas próprias experiências e angústias - na caçada à criatura que matou sua esposa, enquanto criava, sozinho, seus dois filhos. O diário de John Winchester traz para os fãs de Supernatural tudo aquilo que sempre sonharam: os rituais de exorcismo que Sam e Dean aprenderam a usar; a história de Samuel Colt; a primeira caçada de Dean; o time de futebol infantil de Sam... E tudo sobre a frenética caçada aos seres sobrenaturais. Este diário reproduz fielmente todas as anotações, conselhos, e estratégias que John colecionou e que servem como valiosas armas na saga dos Winchester.
Autor: Alex Irvine
Gênero: diários
Número de páginas: 218
Local e data de publicação: Rio de Janeiro, 2010.
Tradução: Eduardo Friedman
Ilustrações: Dan Panosian e Alex Irvine
Editora: Gryphus
Atenção: pode conter spoiler's sobre a série.
Vinte de dois anos de busca
Há menos de dois anos decidi, junto com o meu irmão, assistir à série Supernatural, da qual já tinha ouvido falar muito, e da qual minha tia e meu primo gostavam. Pela curiosidade, abrimos um desses sites onde é possível assistir a filmes e séries online, colocamos o primeiro episódio para carregar, e a partir daí, nos apaixonamos pela saga dos irmãos Winchester. Quando escrevi o post sobre os livros inspirados na série, eu não imaginava que algumas semanas depois meu dedicado namorado me daria de presente o livro que eu mais queria entre os que foram listados. Muito obrigada, Bruno, meu amor! Mesmo com uma pilha enorme de livros que vem se acumulando na minha estante este ano e que não estou conseguindo ler, passei o presente na frente de todos os outros, e li movida pela paixão de uma fã.
Desde que começamos a assistir ao seriado, e eu meu irmão sempre tivemos muitas perguntas sobre o que poderia haver no diário que os irmãos consultavam tantas vezes nas primeiras temporadas. Como John teria aprendido o que fazer para matar cada tipo de monstro? Como começou a treinar os filhos? Havia sinais de que Sam era um garoto diferente? Quando conheceu Hellen? Como foi a morte do pai de Jo? Lendo este livro, descobri as respostas para essas perguntas e muitas outras.
O diário começa duas semanas depois da morte de Mary, com um John atordoado e desesperado, que quer fazer de tudo para proteger os filhos e que quer entender o que matou sua esposa, como, e por que. Em busca de respostas, e sendo julgado por todos como louco toda vez que conta a história verdadeira sobre o incêndio na casa de Lawrence, no Kansas, John logo abandona a cidade e parte numa busca desenfreada por todo o país, conhecendo pouco a pouco os mistérios sobre as coisas que assombram o mundo, e de cuja existência ele sequer suspeitava. A princípio estava assustado, e relutava em acreditar até mesmo no que via. Logo no início, ele afirma que não é um caçador, mas apenas um pai e um marido em busca de vingança. Contudo, a necessidade de proteger os filhos, a falta de explicações e a única vantagem de levar aquela vida - isto é, a possibilidade de salvar pessoas - fizeram com que continuasse.
No dia 1 de janeiro de 1984 (página 16), John conta de Mary costumava definir um novo objetivo a cada ano. Seguindo o exemplo, ele faz uma promessa a ela: descobrir o que houve. A promessa se renova a cada ano, e John nunca se esquece dela.
Mais tocantes do que os relatos de caçadas, de mortes e de coisas inacreditáveis para um cético, os conflitos emocionais aparecem de tempos em tempos. Ao tornar-se caçador, John faz coisas que não se considerava capaz de fazer. Sempre preocupado com Dean e Sam, que crescem "como soldados", muitas vezes ele se questiona se tem sido um bom pai. Minha opinião sobre isso é de que John foi um bom pai, na medida do possível. Dean e Sam tiveram uma infância e adolescência difíceis, mas John fez o que podia por eles.
"Sou o tipo de pai que preciso ser. O tipo que ensina os filhos
que nenhum homem ou monstro mata a mãe deles e sai impune.
O tipo que mostra para eles que, quando se trata de família,
é preciso fazer de tudo para acertar as coisas."
2 de maio de 1988. Página 49.
Simples e direto, Alex Irvine nos transporta para dentro do universo da série. Cheia de curiosidade, mas sem querer ir "com muita sede ao pote" (pois sabia que não podia ler muito rápido devido à quantidade de informações que teria de absorver), muitas vezes eu acreditei que não estava lendo um livro de ficção escrito por um homem comum. O sentimento que eu tinha era de que John existia, e que eu tinha nas mãos o seu diário legítimo, o diário que serviu de consulta para seus filhos. Alex Irvine não se faz presente na própria escrita. Ele consegue, como é tão difícil de ver, anular-se na história de outro homem. Enquanto lia, eu me esqueci completamente de Alex, e acreditei apenas em John. Para mim, ele era real, ao menos através das páginas.
Como uma boa fã da série, eu procurei, de certa forma, "checar" tudo o que lia. Queria identificar referências feitas aos acontecimentos da série, e encontrei muitas. Alguns exemplos seriam o caso do Dr. Benton, médico que desde o século XIX sequestrava pessoas, roubava seus órgãos e os colocava em seu corpo, afim de viver eternamente; os vários relatos e lendas variantes sobre a Mulher de Branco; a maldição dos lagos do Winsconsin; a caçada a um lobisomem durante as férias; entre outros. Também são citados no livro incontáveis lendas, superstições e folclore de várias culturas. Espiritismo e esoterismo se fazem muito presentes. Em certa parte que enumera criaturas que mudam de forma, até mesmo a lenda brasileira do boto cor de rosa é citada (Encantados, página 95). Podem-se encontrar vários rituais e exorcismos, e também as explicações para o uso do sal (página 47), e para a personificação da Morte (página 83). As páginas são ilustradas, e muitos símbolos e desenhos aparecem ao longo da narrativa.
Presença de símbolos e desenhos. |
Desenhos, principalmente dos monstros, complementam a narrativa. |
Este é o ponto onde começa o diário. |
Ler O diário de John Winchester foi também uma maneira de voltar à primeira e à segunda temporadas, principalmente nos trechos em que John relata o crescimento de Sam. Desde pequeno, ele revelava uma grande vontade de viver uma vida normal. Adulto, é ele quem tem mais conhecimento sobre folclore, e isso também é revelado no livro: John já observava que Sam gostava de pesquisar sobre todas as criaturas que caçavam. Sua rebeldia no fim da adolescência também é notável, e a briga entre pai e filho acontece com a partida de Sam para Stanford.
Eu o recomendo a todos aqueles que são fãs da série e que desejam saber mais sobre a jornada de John até o momento em que ele encontra pistas sobre o Demônio Amarelo. E recomendo também para aqueles que desejam começar a assistir a série, ou que estão começando agora.
Aspecto positivo: referências a acontecimentos da série; explicações sobre rituais; presença de desenhos e símbolos complementando a narrativa; explicações sobre o treinamento de Sam e Dean; citação de mitos, lendas e folclores.
Aspecto negativo: passagens de tempo longas, meses se passam sem que nada seja registrado; listagens de nomes, locais ou datas não explicados, que ficam sem sentido.
Por: Lethycia Dias
Se você gostou dessa resenha, saiba mais sobre outros livros inspirados na série, clicando no link abaixo:
EU AMEI SEU BLOG FLOR <3
ResponderExcluirDA UMA PASSADINHA NO MEU DEPOIS <3
http://wwwsaltoquinze.blogspot.com.br/
Olá! Agradeço pela visita, e pode deixar que darei uma passadinha por lá sim!
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