"Continuando a saga mais ambiciosa e imaginativa desde O Senhor dos Anéis, As Crônicas de Gelo e Fogo prosseguem após o violento triunfo dos traidores. Enquanto os senhores do Norte lutam incessantemente uns contra os outros e os Homens de Ferro estão prestes a emergir com uma força implacável, a rainha regente Cersei tenta manter intacta a força dos leões em Porto Real.Os jovens lobos, sedentos por vingança, estão dispersos pela terra, cada um envolvido no perigoso jogo dos tronos. Arya abandonou Westeros rumo a Bravos, Bran desapareceu na vastidão enigmática para além da Muralha, Sansa está nas mãos do ambicioso e maquiavélico Mindinho, Jon Snow foi proclamado Comandante da Muralha, mas tem que enfrentar a vontade férrea do rei Stannis e, no meio de toda a intriga, começam a surgir histórias do outro lado do mar sobre dragões vivos e fogo... Quando Euron Greyjoy como rei das Ilhas de Ferro não são só as ilhas que tremem. O Olho de Corvo tem o objetivo declarado de conquistar Westeros. E o seu povo parece acreditar nele. Mas será ele capaz? Em Porto Real, Cersei enreda-se cada vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família, e rodeada por um conselho que ela própria considera incapaz, é ainda confrontada com a presença ameaçadora de uma nova corrente militante da Fé. Como se desvencilhará de tal enredo? A guerra está prestes a terminar mas as terras fluviais continuam assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrrio ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurara solemente a Catelyn Stark não voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o Regicida é um homem sem honra. Ou não será bem assim?"
Autor: George R. R. Martin
Gênero: Fantasia
Número de páginas: 1099*
Local e data de publicação: São Paulo, 2012
Tradução: Jorge Candeias
Editora: LeYa,
Outros detalhes: Edição econômica
Um reino despedaçado
Se você está lendo esta resenha sem ter lido os outros livro da série, pare agora mesmo. Posso começar dizendo que entre todos os livros d'As Crônicas de Gelo e Fogo, esse foi para mim o mais difícil de ler. Sua densidade, a seriedade do acontecimentos é bem maior que nos outros, com o acréscimo de que temos aqui muito personagens novos. Outras regiões geográficas são apresentadas como cenário, e outros personagens passam a narrar os capítulos, o que pode ser um pouco confuso. Para mim, foi uma triste perspectiva. Do início ao fim, eu sentia falta dos capítulos do Jon Snow e do Tyrion, meus personagens preferidos. Daenerys e Davos também não estavam presentes, e muito menos Bran. Em O Festim dos Corvos, Brienne segue com a Cumpridora de Promessas à procura de Sansa, que se surpreende cada vez mais com os planos ousados de Petyr Bealish no Ninho da Águia. Arya passa por dificuldades vivendo em Bravos, uma cidade estranha cujo idioma ela desconhece. Sam enfrenta, junto a Dareon, Meistre Aemon e Goiva, uma perigosa viagem desde Atalaialeste do Mar até Vilavelha, para tornar-se um meistre. Jaime, desencantado com Cersei e tentando recuperar com a mão esquerda sua força de cavaleiro implacável, parte para o Tridente, defendendo a paz do rei Tommen. Como Rainha Regente, Cersei enfrenta dificuldades para governar, tendo de fazer manobras perigosas para satisfazer seus próprios interesses sem ofender aos seus súditos, especialmente a família Tyrell e seus vassalos, dos quais Porto Real tornou-se dependente. E mesmo que já estejamos esperando por isso, as intrigas e segredos revelados são surpreendentes. E as reviravoltas, mais ainda.
Por ser um livro longo, e pela quantidade de acontecimentos importantes que exigiam que eu voltasse algumas páginas ou alguns capítulos para relembrar certos detalhes, a leitura foi demorada: praticamente um mês. Nesse tempo todo, eu intercalava a leitura com os trabalhos para o blog, os vídeos do canal e pequenos contos que baixei em forma de e-book. Felizmente, estava de férias, caso contrário teria demorado muito mais.
Intrigante e tão impossível de largar quanto os outros volumes da série, O Festim dos Corvos me surpreendeu do início ao fim. Tentando compreender os novos personagens que surgiam, e fazer ligações entre eles e os que eu já conhecia, tentando desvendar o que havia nas entrelinhas, eu me aventurava, mergulhava mais e mais na história. Entre os novos personagens que eu sequer imaginava que seriam tão importantes, o que me pareceu mais sensato foi o velho Rodrick Harlaw, O Leitor, tio de Asha Greyjoy, um homem que passa os dias trancado em seu castelo na maior das Ilhas de Ferro, apenas lendo volumes antigos e empoeirados da sua amada biblioteca. Confesso que o fato de ele gostar de ler contribuiu um pouco, mas as opiniões do homem diante da guerra e das ambições dos demais Homens de Ferro é que me conquistaram de verdade.
"Os corvos lutam pela carne de um morto e matam-se uns aos outros por seus olhos - Lorde Rodrick estendeu os olhos para o mar, observando o jogo que o luar disputava com as ondas. -
Tivemos um rei, depois cinco.
Agora tudo que vejo são corvos em disputa pelo cadáver de Westeros."
Página 254.
De Porto Real às terras fluviais, de Bravos a Dorne, do Vale de Arryn a Vilavelha, a jogo dos tronos continua tão perigoso e traiçoeiro como sempre foi. Um novo rei surge para reivindicar seu direito a Westeros, enquanto os rumores sobre os dragões de Daenerys (e também sobre sua beleza incomum) chegam a lugares distantes, mesmo que nem todos acreditem naquilo que ouvem dos marinheiros vindos de outras terras.
Temos homens com medo e homens sedentos por vingança; homens piedosos, e seu antônimo; homens perigosos querendo ascender socialmente; ameaças surgindo de onde menos se esperava; segredos de anos atrás voltando à superfície; conspirações fracassadas no início; e outras que por mais planejadas que sejam, acabam por dar errado no fim.
Embora eu tenha sentido falta dos capítulos de meus personagens preferidos (onde, pelo amor de todos os deuses, o Tyrion anda escondido?) acabei gostando dos narradores que surgiram de repente, como Arianne Martell e Victarion Greyjoy. E mesmo que eu não goste nem um pouco da Cersei, os capítulos dela me divertiam muito de uma forma irônica, pois eu adorava ver as dificuldades dela para governar sem prejudicar a si mesma. Com enormes dívidas do Reino e sem dinheiro para pagá-las; "cercada por covardes e traidores"; sem a experiência de seu pai morto; e se roendo de ciúmes da pequena rainha Margaery que a cada dia conquista mais tanto o povo quanto Tommen; ela se julga muito inteligente, mas cada uma de suas decisões é um novo tropeço.
Para quem começou a ler os livros e decidiu seguir em frente pela curiosidade de saber quem governará Westeros, quem escapará ileso da fúria dos inimigos, e quem perecerá, muitas surpresas o esperam nesta trama genial.
Aspectos positivos: Apresentação de novos personagens e novas regiões geográficas. Revelação de segredos íntimos dos personagens, levando o leitor a compreendê-los melhor. Traz à tona esclarecimentos sobre acontecimentos anteriores. Presença de grande quantidade de batalhas e atos de bravura da personagem Brienne.
Aspectos negativos: Ausência de personagens dos outros livros, deixando o leitor meio "perdido" entre os novos narradores.
Por: Lethycia Dias
*O livro lido para a resenha é a edição econômica, e o número de páginas (e também da frase citada aqui) está de acordo com a edição consultada.
*O livro lido para a resenha é a edição econômica, e o número de páginas (e também da frase citada aqui) está de acordo com a edição consultada.
adorei a resenha, amei esse livro <3
ResponderExcluirObrigada! E pela resenha já dá pra ver o quanto gostei dele, né?
ExcluirOlá Lethycia!
ResponderExcluirAmei sua resenha... Estou lendo o terceiro, mas muuuito ansiosa hahaha
Beijos, Lorena
amochilaliteraria.blogspot.com
Olá, Lorena!
ExcluirFico muito feliz que tenha gostado! <3
Eu demorei um tempão com o terceiro livro! Espero que goste, mas eu prefiro o quinto.
Agradeço pela visita e pelo comentário