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"A maioria dos garotos faria qualquer coisa para passar no Desafio de Ferro. Callum Hunt não é um deles. Ele quer falhar. Durante toda a sua vida, Call foi alertado pelo pai para ficar longe da magia. Se for aprovado no Desafio de Ferro e admitido no Magisterium, ele tem certeza de que isso só irá lhe trazer coisas ruins. Assim, ele se esforça ao máximo para fazer o seu pior... E falha em seu plano de falhar. Agora, o Magisterium espera por ele, um lugar ao mesmo tempo incrível e sinistro, com laços sombrios que unem o passado de Call e um caminho tortuoso sobre o seu futuro. O Desafio de Ferro é apenas o começo. A maior das provas ainda está por vir..."




Autoras: Holly Black e Cassandra Clare
Gênero: Fantasia
Número de páginas: 381
Ano e local de publicação: Ribeirão Preto (SP), 2013
Tradutora: Amanda Orlando
Editora: Novo Conceito

Talento para problemas


Magisterium: O Desafio de Ferro é o primeiro volume de uma série de cinco livros escrita em conjunto por Holly Black (As crônicas de Spiderwick, A garota mais fria de Coldtown) e Cassandra Clare (Os Instrumentos Mortais), e traz uma mitologia sobre magos que controlam os quatro elementos - terra, água, fogo e ar -, que lutam contra elementais (seres perigosos que também controlam os elementos), e que temem um mago capaz de dominar a magia do Caos, conhecido como O Inimigo da Morte. Callum Hunt é um garoto de 12 anos que sempre ouviu seu pai falar sobre o quanto os magos eram ruins, e sobre o quanto a escola de magia era assustadora. Em outras palavras, ele odiava magia, e não queria de forma alguma entrar para o Magisterium. Entretanto, mesmo fazendo o possível para ser reprovado no teste, ele acaba sendo aprovado, e é obrigado a ir para uma estranha escola de magia sobre a qual ele nada sabe, mesmo que seu pai não concorde com isso.
No Magisterium, Call não se sente bem, ao menos nos primeiros dias. Seus colegas parecem não aceitá-lo, devido ao seu desempenho no teste. Jasper, uma colega arrogante, é um desses. Ele sente saudades do pai, e tem muito medo de se perder entre os túneis da escola, que é localizada em cavernas.
Além disso, Call sempre teve um grande problema para ter amigos; aliás, nunca teve nenhum. Quando era bebê, um acidente fez com que uma de suas pernas se quebrasse em vários lugares, e por isso, ele manca bastante, e tem grande dificuldade para andar rápido, correr, pular e praticar esportes em geral. Por causa disso, ele sofre com o preconceito de seus colegas, praticamente, a todo momento.
Conforme o tempo vai passando, Call vai entendendo melhor o que é ser um mago. Tudo parece girar em torno dos princípios da magia, e especialmente do Quinário: O fogo quer queimar. A água quer fluir. O ar quer se erguer. A terra quer unir. O caos quer devorar. Ao mesmo tempo, enquanto tenta ser expulso ou fugir da escola, Call começa a descobrir mais sobre sua própria vida, sobre seu pai e sobre o Inimigo da Morte. Parece, inclusive, que seu pai vem lhe escondendo algo muito importante. E quanto mais aprende sobre magia (a despeito das aulas tediosas das primeiras semanas), mais Call gosta desse novo mundo que descobriu, e o fato de se tornar amigo de seus companheiros Aaron e Tamara (com os quais ele não se dava bem a princípio), faz com que ele queira permanecer na escola.
A primeira impressão que tive, desde as primeiras páginas, e contra a qual eu lutei durante toda a leitura, foi de que era muito semelhante a Harry Potter. Afinal, um trio de crianças criando confusão numa escola de magia é meio familiar, não é mesmo? Por isso, ao longo da leitura comecei a observar desesperadamente todas as diferenças entre Harry Potter e Callum Hunt:

  1. Call tem a presença de seu pai;
  2. Apesar do preconceito que sofre, sua vida anterior à magia é ótima;
  3. Ele reluta muito em ir para o Magisterium;
  4. Ele quer fugir do Magisterium;
  5. Ele considera a magia uma coisa ruim;
  6. Os magos de Magisterium não usam varinhas;
  7. A magia provém dos quatro elementos, além do Caos, que só alguns magos dominam;
  8. Para entrar no Magisterium é preciso fazer um "teste", e nem todos são aprovados;
  9. Não basta ter poderes mágicos para se tornar um mago. A magia pode ser "interditada";
  10. As "criaturas mágicas" são completamente diferentes. A mitologia é outra.
Observar tudo isso foi muito importante para o meu julgamento sobre a história, e também para o processo de escrita dessa resenha, pois de jeito nenhum eu queria que vocês, leitores do blog, se sentissem desestimulados a ler, por pensarem que O desafio de ferro poderia ser "igual" a Harry Potter e a Pedra Filosofal. Eu simplesmente adoro a saga do Harry Potter, e não suportaria pensar que outro personagem foi criado para ser parecido com ele. Mas não, Callum Hunt não é parecido.
Posso começar a parte crítica dessa resenha falando que O desafio de ferro é uma história divertida, e muito bem construída. Divertida, porque Call é um garoto muito encrenqueiro, e mesmo quando não quer, acaba criando problemas; bem construída, porque desde o prólogo (especialmente no prólogo), tudo é importante. A cada momento surge um novo ponto interessante, um novo clímax, uma nova descoberta. Nós, leitores, não temos um momento de descanso com este livro, pois estamos sempre entendendo mais sobre a magia, os elementais, a escola, o Inimigo, ou sobre a própria vida de Call.

"Call, Aaron e Tamara voltaram para seus aposentos com a sensação de que,
desde que chegaram ao Magisterium, as coisas se encaixavam em seus devidos lugares.
Eles se deram melhor do que qualquer outro grupo de aprendizes,
e todo mundo sabia disso."
Página 170.

Nesta maravilhosa aventura, percebemos, acima de tudo, que Call não é perfeito. A maioria dos perigos enfrentados pelo trio (ou por ele Call sozinho), são causados por ele mesmo, quando se sente ofendido, ou quando tem a necessidade de fazer algo surpreendente, por algum motivo. No início da história, ele até pensa que seus companheiros têm raiva dele por isso. Call é na verdade um menino muito impetuoso, que faz as coisas sem pensar bem nas consequências. E mesmo quando pensa, ele acaba agindo da forma errada mesmo assim, achando que pode evitar qualquer problema. E apesar disso tudo, ainda conseguimos gostar dele.

Aspectos positivos: é uma história engraçada e com várias partes de muita tensão; o mistério também grande, e mesmo podendo fazer várias deduções, as verdadeiras respostas só chegam no final;
Aspectos negativos: por ter sido "assustado" por seu pai durante muito tempo a respeito da magia, dos magos e do Magisterium, Call acaba sendo chato em muitas situações, sempre resistindo às novas experiências; pelo fato de ele ser impulsivo, nós nem sempre concordamos com suas atitudes, e em alguns momentos, já sabemos que ele está fazendo uma "besteira".

Por: Lethycia Dias

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