Confira!

"Natasha Fernandes era uma menina comum, de vida confortável e monótona, até encontrar um misterioso amuleto, que mudaria drasticamente sua realidade. As fantasias que ela imaginava existirem somente em fábulas se tornam realidade: o amuleto abre uma passagem que a conduz abruptamente para outro mundo. Agora, em outra dimensão Natasha tentará ser firme e manter as esperanças de um dia retornar, para novamente encontrar sua família e seus amigos. Enquanto isso, luta para sobreviver aos perigos e desafios existentes em Enfynie, um planeta em outra dimensão repleto de vida inteligente e criaturas fantásticas."


Autora: Patricia Fagundes
Gênero: Fantasia
Número de páginas: 426
Local e data de publicação: Barueri (SP), 2014
Editora: Novo Século - Coleção novos talentos da literatura brasileira
Informações adicionais: Obra cedida pela autora em parceria.


Uma descoberta fantástica


Há pouco mais de uma semana, anunciei em um post aqui no blog a parceria que havia fechado com a escritora carioca Patricia Fagundes. Eu havia recebido o livro Enfynie - a outra dimensão e logo começaria a ler. Eu comecei, e o mundo de Enfynie pareceu tão sensacional para mim que a leitura foi mais rápida do que eu imaginava.
A protagonista de Enfynie é Natasha, uma jovem estudante universitária que leva uma vida bem calma: vive no Rio de Janeiro, com seus pais e irmãos; tem conforto em casa; é uma pessoa bem-humorada e criativa. Porém, ao encontrar um objeto estranho no caminho para casa, ela se vê transportada para um mundo estranho. Seu apartamento havia desaparecido, ela via paisagens desconhecidas e uma vegetação estranha. E, para completar, estava sendo seguida por uma criatura assustadora. Tudo parecia uma grande maluquice, um sonho louco interminável, mas era verdade: ela estava em Enfynie, um planeta diferente. Estava longe de sua família e de todas as pessoas que conhecia, num lugar em que ninguém sabia da existência da Terra; em que ela era confundida com uma espécie perigosa; em que os seres inteligentes falavam outros idiomas, e apenas uma criatura era capaz de compreendê-la.
Desde o início, todas as suas esperanças e seus esforços giram em torno da necessidade de tentar voltar para casa. Tudo que ela quer é ir embora o mais rápido possível daquele lugar estranho, em que tudo é assustador e no qual as criaturas possuem hábitos diferentes. Entretanto, ninguém naquele lugar sabe dizer como ela poderia retornar para o mundo que conhece. E a partir daí, Natasha precisa se esforçar para compreender como os enfynienos vivem, e para ser aceita entre eles. As raças de seres vivos que habitam e dominam o planeta possuem culturas e modos de vida muito diferentes daquilo que ela está acostumada: o tempo é contado de outra forma; o planeta possui sua História própria; a crença local é diferente das crenças comuns da Terra; outras atitudes são valorizadas. E apesar de toda a saudade que sente de casa, Natasha permanece determinada em seguir seu objetivo.

Foto compartilhada no meu Instagram durante a leitura.

"Tentou imaginar quão longe estava de seu planeta.
Seria capaz de enxergá-lo ali?
Qual daquelas estrelas estaria mais próxima dele?"
Página 158.

O livro é narrado em terceira pessoa, em quatro partes diferentes, com capítulos de tamanhos variáveis. Natasha desde o início é apresentada como uma pessoa divertida. Ela fala de maneira bastante característica, usando expressões e gírias comuns para uma pessoa jovem, e em vários momentos acabei dando risada da forma que ela se expressa. Natasha também é uma pessoa muito positiva e persistente, e na maior parte do tempo, procura não se lamentar pela falta de sorte de ter ido parar em outro planeta. Ela é ativa, inteligente e extremamente criativa, sempre procurando uma saída para atender às suas necessidades e para suprir a falta que sentia de certas coisas típicas do nosso mundo.
A autora foi extremamente criativa ao pensar em todo o universo que Natasha conheceria. Enfynie é um planeta com História e Geografia próprias, com climas bem marcantes, e habitado por seres que possuem consciência e filosofia definidas sobre suas próprias vidas. São seres complexos, com características diferentes, e que conseguem viver em harmonia com o ambiente e com as outras espécies de seres vivos. Patricia foi um pouco mais longe, e deu-lhes um idioma universal, o Evit Lumarsha. Em determinado momento, Natasha aprende a se comunicar nessa língua, e o próprio leitor se vê tentado a pronunciar palavras ou mesmo frases inteiras no idioma novo.

Alfabeto do Idioma Comum de Enfynie, o Evit Lumarsha.

O aprendizado de Natasha ao longo de sua jornada é extremamente interessante, e com ela o leitor compreende algo essencial não apenas para Enfynie, mas também para o nosso mundo: o respeito às culturas diferentes da nossa. Em vários momentos, Natasha percebe que a impressão que tinha sobre os enfynienos estava equivocada, e que precisava de uma sensibilidade e disposição maior para poder conviver com todos eles - o que é muito diferente de apenas estar em um lugar estranho, torcendo para poder ir embora logo.
A narrativa é completada por outros elementos que nos ajudam a compreender a história. Junto com a narração, estão presentes os trechos de um diário escrito por Natasha; desenhos feitos por Natasha em seu diário; e ainda letras de canções criadas pela própria Patricia para complementar sua obra. Uma dessas canções, inclusive, é a Canção do medo, que citei no post sobre a parceria com Patricia. No fim do livro, está incluído um mapa completo de Enfynie, que me ajudou um pouco a compreender os espaços descritos, mas que infelizmente só descobri quando já estava chegando ao fim da leitura.

Mapa de Enfynie.

Toda a leitura foi extremamente divertida e rica para mim, e eu fico feliz por ter apostado em um história que me pareceu atrativa, mas sobre a qual eu nunca tinha recebido nenhuma recomendação de outro leitor. Não apenas a Natasha, mas todos os outros personagens me cativaram muito, e eu me via feliz ou triste com os acontecimentos que se sucediam. Os momentos de tensão e ação da história também são muito bem construídos. Enfynie é o primeiro livro de uma trilogia, e já estou ansiosa para ler a continuação!
Existe ainda mais um aspecto que deve ser citado nessa resenha. Quando eu e Patricia estávamos trocado e-mail's, ela me explicou uma situação desagradável: a primeira edição do livro veio com vários erros prejudiciais à leitura e ao entendimento do contexto. O exemplar que recebi veio acompanhado por um folheto de errata, explicando erros graves presentes ao longo do texto. O folheto realmente ajuda a entender melhor, e prestando atenção, é possível entender os trechos corrigidos. Entretanto, a única coisa que me desagradou foi encontrar outros erros não citados no folheto. Entre esses, alguns eram bem simples e fáceis de ignorar; outros, porém, já tornavam o trecho um pouco confuso. Porém, a Patricia me explicou que a segunda edição do livro está corrigida, então outros leitores não devem se deparar com esses problemas.

Parte do folheto de errata.

A falta de explicação para alguns dos erros foi realmente a única coisa me incomodou na leitura, mas não é o suficiente para que eu mude a minha avaliação sobre este livro. Se o mundo de Enfynie foi uma descoberta magnífica para Natasha, a leitura dessa história também foi maravilhosa para mim.

Aspecto negativo: Alguns erros presentes no texto não são explicados no folheto de errata, e podem causar confusão.
Aspectos positivos: Natasha é uma personagem madura, criativa e divertida; o mundo de Enfynie é bastante complexo, com História, Geografia, idiomas e culturas próprios; os trechos de ação foram bem construídos; o desenvolvimento de Natasha ao longo da história é positivo; o mundo de Enfynie é apresentado ao leitor de forma curiosa e atrativa.

Avaliação geral:


Caso você tenha se interessado pelo livro, pode adquiri-lo diretamente com a autora,
através do e-mail:
enfynie@gmail.com

Por: Lethycia Dias

8 Comentários

  1. Oi, Lethycia!
    Depois dessa resenha, eu estou me segurando pra não adquirir logo esse livro com a autora. Curti muito a resenha e a premissa da história. E essa diagramação? Lindona!
    Beijos
    Balaio de Babados
    Participe da promoção de aniversário do blog Crônica sem Eira

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Luiza!
      E não é? Eu já estava bastante atraída pela sinopse e também pelo material que a autora me enviou. Mas quando recebi o livro e vi um pouco mais do conteúdo, fiquei ansiosa para começar logo, e acabei lendo bem mais rápido do que esperava! Foi uma descoberta muito boa!
      Um grande abraço!

      Excluir
  2. Nossa, o livro parece ser muito, muito bom!! Adoro fantasia, e estou na vibe outros planetas por causa da parceria com a Judie Castilho. Gostei deste novo idioma! Adoro idiomas fictícios. Além do mais, a história parece ser muito bem construída. Sua resenha está incrível, e adorei as estrelinhas que você colocou.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Também adoro fantasia, apesar de não ler tanto quanto eu gostaria. O livro da Judie me pareceu muito bom quando li seu post. Fiquei apaixonada pela capa! <3
      O idioma é bem legal mesmo! No começo, eu fiquei achando meio estranho porque não sabia pronunciar os nomes dos personagens, mas depois aprendi os sons das palavras, e então achei muito legal! Todo o livro é muito legal, eu recomendo mesmo!
      Obrigada pelo comentário. As estrelinhas ficaram lindas, né?

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  3. Oi Lethycia,

    Excelente resenha, deu pra ter uma ideia completa do que a obra representa. Além do mais, ficou aquela curiosidade da imaginação sobre o ambiente e o dia a dia no planeta diferente.

    Parabéns também para a autora, que segundo a sua avaliação fez um trabalho de primeira na criação desse trabalho.

    Só fiquei com uma dúvida: o livro foi escrito pensando no público em geral, ou seja, você acha que vai agradar pessoas de todas as faixas etárias, ou é voltado mais para o segmento juvenil?

    Um grande beijo.

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    Respostas
    1. Olá, Almir. Você veio mesmo conferir! :)
      Eu senti que é voltado para o público mais jovem. Tem várias referências à cultura pop, e o próprio jeito da personagem gera bastante essa identificação, principalmente por causa da forma como ela fala.
      Tenho certeza de que a autora ficaria feliz com um elogio como esse. E é claro, eu também agradeço muito pelo comentário. Fico feliz de ter conseguido transmitir as ideias principais do livro na resenha.

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    2. Sim, eu disse mesmo que viria conferir a sua opinião sobre o livro rs.

      Eu entendi, então provavelmente ele foi pensado para o nicho do público juvenil, o que é também uma grande sacada, porque é nessa faixa etária que o brasileiro precisa ser cativado com boas leituras.

      Um abraço e até a próxima!

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    3. Concordo com isso. Quando lemos desde jovens, parece que o amor pelos livros é bem maior!
      Até a próxima!

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